A colheita de soja e arroz nos 35 municípios da Região Central que recebem assistência da Emater já está em fase de conclusão. Dos 951 mil hectares plantados com soja e dos 131 mil cultivados com arroz, cerca de 90% já foi colhido. De acordo com o gerente regional adjunto da Emater, José Renato Cadó, em termos de produção e produtividade não foram registrados prejuízos. Até o momento, estão sendo colhidos aproximadamente 6,9 mil quilos por hectare de arroz e 3 mil quilos por hectare de soja.
– Tudo correu dentro da normalidade. Tivemos questões pontuais de replantio da soja em um percentual de 12% a 15% de área. Isso não diminui a produção, mas onera na implantação da cultura. Já o arroz tivemos o advento das cheias, dos alagamentos. Nesses locais mais atingidos, houve redução de produtividade de 3% a 4% em relação ao que se tinha no início. Não tivemos prejuízo maior e acho que não teremos, levando em consideração o volume total de produção.
A preocupação – que ainda mantém os produtores em alerta – é com relação à lucratividade das culturas. Cadó explica que a soja teve redução no preço com relação ao mesmo período do ano passado. Uma saca de 60 quilos, que em 2018 custava quase R$ 77, hoje está R$ 10 a menos, ou seja, R$ 67. A desvalorização do preço se deu, conforme Cadó, pela redução nas exportações para a China em razão de peste suína africana que atingiu o país.
Já com relação ao arroz, o valor da saca de 30 quilos teve acréscimo: passou de cerca de R$ 35 em abril de 2018, para cerca de R$ 41 no mesmo período neste ano. Mesmo assim, os valores para os custos que a produção de arroz exige ainda são insuficientes:
– O arroz é uma cultura deficitária. Considerando o alto custo de produção, é uma das culturas que mais se gasta para produzir e tem toda uma cadeia que é complexa, demanda de muitos recursos, o produtor arrisca muito. Esse alento de acréscimo no preço ainda não é suficiente para dirimir os custos de produção. Uma saca de arroz teria que custar, pelo menos, R$ 46 para que os custos de produção sejam pagos.
A previsão é concluir o restante da colheita de arroz e soja dentro dos próximos 15 dias.