O polêmico herbicida com glifosato Roundup volta a enfrentar a Justiça americana a partir desta segunda-feira (25), seis meses depois que um jardineiro ganhou pela primeira vez um julgamento acusando o produto de causar câncer.
O Roundup, uma marca do gigante químico e farmacêutico alemão Bayer, após ter comprado a americana Monsanto no ano passado, contém glifosato, considerado cancerígeno há anos por ambientalistas e outros críticos.
Em agosto do ano passado, o júri de um tribunal da Califórnia considerou por unanimidade que a Monsanto agiu com "malícia" e que seus herbicidas Roundup e Ranger Pro contribuíram "substancialmente" para o desenvolvimento da doença terminal de Dewayne "Lee" Johnson.
Agora outro californiano, Edwin Hardeman, acusa a Roundup de contribuir para seu câncer, um linfoma não Hodgkin, o mesmo que afeta Johnson.
Hardeman, do condado de Sonoma, no norte de São Francisco, diz que utilizou o Roundup amplamente em sua propriedade desde os anos 80 até 2012. Ele apresentou uma ação contra a Monsanto no início de 2016, um ano depois de ter sido diagnosticado com câncer.
Segundo a denúncia, a companhia "sabia ou tinha razões para saber que o Roundup era defeituoso e perigoso" e que a exposição ao produto "podia resultar em câncer ou outras doenças ou danos graves".
As informações que a Monsanto forneceu "não continham as advertências ou previsões adequadas que permitissem ao senhor Hardeman, e a outros indivíduos em situação similar, utilizar o produto de forma segura e com a proteção adequada", apontaram os advogados da vítima.
Em vez disso, a companhia "distribuiu informações imprecisas, falsas e enganosas", acrescentaram.
A Monsanto, que vende o Roundup em todo o mundo há mais de 40 anos, afirma que seus produtos não são perigosos se forem seguidas as instruções de uso e argumenta que isto foi provado por centenas de estudos científicos.