Dados sobre o uso e a cobertura do solo nos dois biomas que formam a vegetação do Rio Grande do Sul, Mata Atlântica e Pampa, já podem ser consultados em dados georreferenciados do MapBiomas – projeto inédito de mapeamento anual de todos os biomas presentes no país. Apresentado durante o Seminário Campos Sulinos: conservação, uso e recuperação dos campos do Sul do Brasil, iniciado ontem em Porto Alegre, o diagnóstico traça uma radiografia da utilização da terra no país.
– No caso do bioma Pampa, por exemplo, verifica-se claramente uma redução da cobertura original, fruto da ampliação das lavouras de soja e da silvicultura na região – destaca o geógrafo Heinrich Hasenack, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS) e coordenador do grupo Pampa dentro do MapBiomas.
O projeto, lançado em 2015 e com os primeiros resultados divulgados agora, envolve uma rede colaborativa com especialistas em usos da terra, sensoriamento remoto, sistemas de informações geográficas e ciência da computação. A iniciativa se propõe a formar uma série histórica de mapas anuais, de 1985 a 2017, justamente para acompanhar a mudança do uso do solo no Brasil no curto e longo prazos.
– A plataforma é pública, com dados essenciais para formulação de políticas ao ambiente – explica Hasenack.
Outra iniciativa que deve ajudar a ampliar os dados de uso da terra no país é o Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros – desenvolvido em conjunto por Inpe, Embrapa e Ibama. Com equipes em formação no Estado, o projeto começará a analisar as imagens georreferenciadas nesta semana. A previsão é de que os dados do Pampa e da Mata Atlântica sejam divulgados no próximo ano.