A expectativa de negócios para a 41ª Expointer é um misto de otimismo com cautela. A economia e o ano eleitoral geram sensação de incerteza sobre a segurança para fazer investimentos. Entretanto, o setor está confiante de que a tradicional feira agropecuária terá bons resultados.
– A gente não vê crise, pois vemos no agronegócio a solução – diz Carolina Luisa Rossato, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Estado (Simers).
O setor de máquinas espera superar o resultado de 2017, quando o faturamento foi de R$ 1,92 bilhão. Segundo a dirigente, um dos diferenciais deste ano é o Plano Safra já estar operando. Entre as linhas que ajudarão a atingir a meta, destaca o Moderfrota, o Pronaf, Moderinfra e o Pronamp.
O presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Leonardo Lamachia, explica que a estratégia é focar na qualidade dos animais de argola, e não na quantidade. Ele também ressalta que o resultado poderá ser incrementado pela expansão de exemplares rústicos inscritos:
– Se mantivermos os R$ 10,6 milhões do ano passado, o resultado já é bastante positivo.
Apesar da crise, o secretário da Agricultura, Odacir Klein, aposta em resultado positivo.
— A expectativa é de excelente comercialização. Quem investe em genética ou em tecnologia de máquinas faz isso olhando para frente – diz Klein, ressaltando que a ideia não é competir com a feira anterior.
No total, a feira do ano passado movimentou R$ 2,03 bilhões em negócios, incluindo máquinas, animais e agricultura familiar.
Economista do Sistema Farsul, Antônio da Luz projeta que o volume de negócios encaminhado será maior do que no ano passado. Entre os motivos que devem estimular a decisão de compra está o preço mais alto das commodities e os juros um pouco mais baixos. Contudo, alerta que o investimento precisa ser feito com base em um plano de viabilidade econômica.
Agricultura familiar
O Pavilhão da Agricultura Familiar terá 280 expositores – 41% a mais que em 2017 – e 400 lugares na praça de alimentação – o dobro em relação à feira do ano passado. Com as melhorias, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no RS (Fetag) pretende ampliar em até 5% o faturamento, que na Expointer passada foi de R$ 2,85 milhões.
– Precisamos fazer da feira um local para abertura de novos mercados – avalia o assessor de Política Agrícola e Agroindústria da Fetag, Jocimar Rabaioli, detalhando que os expositores realizaram treinamento para qualificar o atendimento.
Garantia de crédito
Os bancos têm expectativa positiva de vendas. Isso porque começam a trabalhar no período que antecede a feira, chegando à mostra com crédito pré-aprovado para os produtores.
O Banco do Brasil pretende atingir R$ 1 bilhão em financiamentos, o dobro da edição passada. Já o Santander oferta R$ 100 milhões, sendo R$ 35 milhões já liberados no pré-feira. No ano passado, o valor chegou a R$ 70 milhões.
Badesul, Banrisul e Sicredi estão abertos a propostas de quem pretende adquirir tratores, colheitadeiras, implementos agrícolas e equipamentos de irrigação. Os bancos informam que atenderão à demanda de crédito.