O avanço da área de soja e o uso de defensivos agrícolas para o controle de ervas daninhas têm impactado no desenvolvimento de outras culturas na Região Central. Em Jaguari, município com maior produção de uva da região - com 120 hectares de área plantada -, o número de produtores tem caído anualmente.
De acordo com o gerente adjunto regional da Emater, Renato Cadó, Jaguari tem, atualmente, 40 produtores que desempenham a atividade. O número é 30% menor ao de anos anteriores. O motivo da queda são os danos causados no desenvolvimento da fruta pelo uso de herbicidas:
_ Alguns princípios ativos relativos a herbicidas têm afetado o desenvolvimento dos parreirais. Eles são utilizados, inclusive, no pré-plantio da cultura da soja e, até mesmo, durante o período de desenvolvimento da cultura. Isso se dá porque eles (defensivos) são aplicados indevidamente. As recomendações de aplicação são seguras. Mas, às vezes, por desorientação ou por outras necessidades do momento, esses produtos acabam sendo aplicados de forma incorreta _, destacou Cadó.
O gerente da Emater recorda que, há cerca de oito anos, eram colhidas até 15 toneladas de uva por hectare no município. Agora, a expectativa é de, no máximo, nove.
Com relação ao uso de herbicidas, a recomendação da Emater é que os agricultores tomem as medidas de segurança necessárias durante a aplicação dos produtos. Um exemplo de precaução a ser adotada é evitar o manuseio desses produtos em dias de vento.
Nos 35 municípios que fazem parte da Regional da Emater em Santa Maria foram plantados 450 hectares de uva. A expectativa de colheita, que se inicia no fim deste mês, é de mais de 4 mil toneladas.