Não é de hoje que o carrapato tira o sono dos pecuaristas gaúchos. Mas o crescimento da resistência aos produtos usados e a falta de frio no inverno estão criando ambiente ainda mais propício para o desenvolvimento do parasita. E aumentam a pressão por soluções.
– Nos últimos 20 anos, as drogas lançadas estão falhando, e não temos tido mais invernos como no passado. O pecuarista está vivendo com o problema de muito carrapato no campo e não ter produto para combater – afirma Ivo Kohek Junior, coordenador do serviços de doenças parasitárias da Secretaria da Agricultura e do grupo técnico de carrapato e tristeza parasitária.
O carrapato pode causar a tristeza parasitária, principal causa de morte no rebanho bovino do Estado – as estimativas são de cem mil animais por ano.
E há os prejuízos econômicos: mais de R$ 350 milhões.
– Isso está inviabilizando a pecuária do Rio Grande do Sul – lamenta Paulo Conceição, com propriedade em Herval, no Sul.
Uma das ferramentas que podem ajudar tem nome complicado. É o biocarrapaticidograma, análise que permite saber qual produto tem maior eficácia. Outra opção é a premunição – espécie de imunização, que ainda esbarra em dificuldades de industrialização e no pós-venda, afirma Kohek.