Depois de quebra e de recorde histórico, a safra de uva gaúcha deverá retomar os patamares da normalidade neste ano, segundo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).
Conforme havia antecipado à coluna o novo presidente da entidade, Oscar Ló, a produção destinada ao processamento da indústria deve chegar a cerca de 600 mil toneladas, dentro da média.
Se consideradas ainda as frutas com outra destinação, o volume deve chegar a 750 mil toneladas, segundo a Emater.
Com um inverno atípico, de poucas horas de frio, houve brotação antecipada dos parreirais – com a colheita também chegando mais cedo do que o costume.
Segundo Enio Ângelo Todeschini, engenheiro agrônomo da Emater, 2017 teve 188 horas de frio de menos de 7,2 °C em Bento Gonçalves, inferior à média histórica, que é de 410 horas.
O início da vindima foi na segunda quinzena de dezembro. A qualidade também será uma marca da atual safra.
– A previsão é de um volume 20% menor do que no ano passado, e, devido às regularidades das chuvas e as uvas estarem amadurecendo com clima mais seco, vamos ter uma excelente qualidade. O clima está mais seco, as uvas estão com a sanidade melhor – afirma Ló.
O tempo deve seguir ajudando na colheita neste mês. Chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Zanus pontua que os prognósticos de influência moderada de La Niña indicam a ocorrência de chuva abaixo do normal.
– Isso favorece a maturação e, consequentemente, a boa qualidade das uvas – afirma Zanus.