Se fossem classificados por níveis, os pedidos da Marfrig poderiam estar em três grupos. Os de fácil atendimento, os da coluna do meio e os mais complicados. No primeiro, estaria a questão da rastreabilidade. Há um entendimento comum de indústria, produtores e Secretaria da Agricultura de que o uso da ferramenta precisa avançar no Estado.
Esse é um projeto, como observa Rui Mendonça, diretor de Operações do Grupo Marfrig no Brasil, de longo prazo, embora na próxima segunda ocorra reunião sobre o tema na Federação da Agricultura do Estado.
Na coluna do meio estão questões tributárias. Não seria nenhum novo benefício, garante o executivo, mas sim, a revisão de regras existentes que tiveram mudança de critérios ou interpretação por parte do governo do Estado.
Conforme a Secretaria da Fazenda, foram, basicamente, dois pedidos. Um é para renovação do período de validade do benefício de crédito presumido, que termina neste ano. O outro, para que o crédito presumido possa ser transferido a outras empresas. A pasta solicitou encaminhamento formal e irá fazer avaliação jurídica.
Leia todas as últimas notícias de Zero Hora
E no terreno dos assuntos mais complicados está a venda de gado em pé.
A empresa se diz preocupada com a operação que manda para fora o gado vivo. E não só a venda de terneiros para abate em outros Estados, mas também a mudança de operação do Pará para o RS do embarque de animais destinados à exportação.
A sugestão é por medida que restrinja esse fluxo, o que é alvo de crítica dos produtores.
- O gado em pé que saiu do Rio Grande do Sul representa apenas 5% do volume que costuma ser abatido no Estado. Temos é de fomentar a atividade no Estado - rebate Pedro Piffero, presidente do Sindicato Rural de Alegrete.
Por fomento leia-se necessidade de ampliar a produção de terneiros, já que o Estado tem hoje índices abaixo dos ideais.
- São ações que dariam condições de produzir mais matéria-prima - afirma Ernani Polo, secretário da Agricultura.
O diálogo aberto é para tentar impedir que a retomada do frigorífico de Alegrete, iniciada nesta semana, não fique ameaçada e a gente tenha uma reprise da novela exibida no ano passado, quando se anunciou a suspensão das atividades da unidade.