Com o desafio de fazer um raio X da produção de leite nos 497 municípios do Estado, o censo que será apresentado nesta sexta-feira na38ª Expoleite e 11ª Fenasul servirá como ponto de partida para organizar ações do setor. E traz dados inéditos.
O mapeamento apontou, por exemplo, que o número de produtores é superior aos 130 mil estimados até então. Conforme a pesquisa, o Rio Grande do Sul tem hoje 199 mil pessoas envolvidas na atividade. Desse total, 85 mil vendem o alimento para a indústria. O restante tem a produção destinada à fabricação de derivados lácteos na propriedade, à venda direta e ao consumo próprio.
Outra informação relevante: 95% da produção de leite vem da agricultura familiar.
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Um dos grandes méritos da pesquisa, coordenada pelo Instituto Gaúcho do Leite e feita em parceria com Emater, Famurs, Fetag-RS e Fetraf-RS, será apontar uma estratificação dos produtores conforme finalidade e quantidade produzida. Dos 85 mil agricultores que entregam leite à indústria, 45% têm produção diária entre zero e cem litros. Estão em uma faixa considerada problemática diante das atuais exigências do mercado - empresas têm deixado de fazer recolhimento alimento em locais onde o volume é reduzido.
A habilitação de produtores para que fiquem na atividade certamente será um dos focos de ações do setor e um dos assuntos discutidos na audiência pública da Assembleia Legislativa que ocorre nesta sexta na feira.
- Ou o produtor busca crescimento para se tornar viável, ou acaba saindo do mercado - pondera Alexandre Guerra, presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados do Estado.
A indefinição quanto a recursos e taxas de juro do crédito agrícola do próximo Plano Safra - a ser anunciado na semana que vem - preocupam justamente porque para crescer e se ajustar o produtor precisa fazer investimentos.