Caberá ao médico veterinário Bernardo Todeschini, chefe do serviço de saúde animal da superintendência do Ministério da Agricultura no Estado, a tarefa de coordenar o subgrupo de trabalho do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) para tratar da questão da febre aftosa. O antigo debate da necessidade - ou não - da vacina ganhou corpo a partir da decisão do Paraná de optar pela não imunização - a próxima campanha, em maio, deve ser a última.
O objetivo, explica Todeschini, é ter enfoque técnico-científico. O primeiro passo será verificar quais as condições necessárias para o avanço de status - hoje, o Rio Grande do Sul é livre da doença com vacinação. Cada item levantado será checado de maneira quantitativa.
- A partir disso, monta-se um futuro plano de ação - explica o veterinário, que de 2010 a 2013 trabalhou na Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), entidade que reconhece o status sanitário.
E não é apenas a pressão vinda dos Estados da região que faz o tema ser retomado. O cenário vivido no RS é muito diferente, afirma o especialista. Em outras palavras, "evoluiu muito".
- Esse movimento de agora tem uma base mais sólida do que no passado - entende Todeschini.
O último foco da doença foi registrado no Estado em 2001. Não existe circulação do vírus no território gaúcho desde 2002. O avanço do status sanitário permitiria o acesso a mercados hoje restritos.
- A retirada da vacina é uma meta. Mas ainda não tem data definida - diz Rogério Kerber, presidente do Fundesa.
Nesta quarta-feira, na primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul) - que reúne RS, SC, PR e MS - também foi criado grupo de trabalho para tratar do tema. Segundo o secretário de Agricultura gaúcho, Ernani Polo, que assumiu a coordenação da Comissão de Agricultura, o objetivo é a busca do status de zona livre da doença sem vacinação. Hoje, só os catarinenses têm essa condição.
O debate está mais uma vez posto. Resta saber no que vai dar.