Brasília se transformará nesta terça-feira na capital do leite gaúcho. Comitiva numerosa - 23 pessoas, de políticos a representantes de entidades - vai até o coração do poder negociar medidas para conter a crise que se alastra no Rio Grande do Sul, atingindo mais de 20 mil famílias.
Para reduzir estoques e diluir os efeitos nocivos trazidos pela combinação de oferta elevada e consumo reduzido, há uma lista de propostas a ser apresentada para os ministérios do Desenvolvimento Agrário, do Desenvolvimento Social e da Agricultura e Conab.
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A começar pela compra de 4 mil toneladas de leite em pó do estoque gaúcho - estimado em cerca de 12 mil toneladas, segundo o Sindilat-RS. E, dentro do possível, para aquisição de leite UHT.
Mais ousado, o pedido para suspender por período de 90 a 120 dias as importações de leite em pó e derivados lácteos tenta barrar a entrada de produto estrangeiro. Ainda que o volume comprado pelo Brasil tenha caído em 2014, na comparação com 2013: foram 24,91 mil toneladas a menos.
- A importação pressiona o preço do derivado para baixo no mercado interno - diz Ardêmio Heineck, diretor-executivo do Instituto Gaúcho do Leite.
Há ainda a exportação à Rússia. O grupo quer agilidade na habilitação a três unidades - da Cosuel, Cosulati e CCGL.
E como a ideia é mesmo colocar toda pressão à mesa, será retomado o pedido da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS) - negado em 2014 - para a criação de linha emergencial de crédito para produtores que ficaram sem receber, afirma o deputado estadual Elton Weber (PSB), ex-presidente da entidade.
Argumentos às reivindicações não faltam. Como o de que está sobrando mais leite do que o habitual. Ao menos 12 empresas faliram ou entraram em recuperação judicial. Como resultado, produtores ficaram sem ter para quem entregar e com pagamentos em aberto.