Terminou a novela. A Marfrig diz que fica por, no mínimo, mais um ano em Alegrete, mantendo na planta 300 dos atuais 621 trabalhadores. O acordo fechado em reunião de conciliação realizada ontem na Capital está longe de ser o ideal, porque ainda impõe um número considerável de demissões. Mas é o acerto possível neste momento.
- É uma situação intermediária - diz o prefeito de Alegrete, Erasmo Guterres Silva, comparando com a previsão inicial, que era de suspensão total das atividades do frigorífico, segundo maior empregador do município da Fronteira Oeste e cuja arrecadação rende R$ 4 milhões ao ano de ICMS.
Justiça do Trabalho suspende demissões da Marfrig em Alegrete
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Com a conciliação entre as duas partes, o Ministério Público do Trabalho retirou a ação civil pública - por meio da qual obteve liminar que suspendia temporariamente as demissões. Além dos 300 postos mantidos, será oferecida a possibilidade de transferência para outras unidades da marca no Estado
a até 120 funcionários.
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação de Alegrete, Marcos Rosse acredita que poucos sejam realocados, devido aos termos da proposta para a transferência.
Há ainda o plano de demissão voluntária, que garantirá aos trabalhadores todos os benefícios a que têm direito. As atividades do frigorífico serão retomadas na próxima semana, como informa a empresa em nota oficial.
- Este um ano é o prazo para trabalhar questões que já vinham sendo discutidas - entende Pedro Piffero, presidente do Sindicato Rural de Alegrete.
Para o pecuarista, reforçar a estrutura para garantir a sanidade animal é o ponto primordial da discussão. Na próxima semana, o grupo que reúne produtores e indústrias para montar projeto voltado à pecuária de corte deve se reunir.
Alcançada a solução possível para o problema da unidade do Marfrig em Alegrete, é hora de focar as discussões nas medidas capazes de fazer com que se chegue à solução esperada para a equação da pecuária gaúcha.