Na mais recente etapa da Operação Leite Compen$ado, a indesejada adição feita ao alimento foi de água e sal. Aparentemente mais "inofensivos" do que ingredientes anteriormente detectados pelas ações do Ministério Público Estadual - como formol, água oxigenada e soda cáustica -, esses itens não constam na lista de composição do leite UHT, o popular leite de caixinha.
É aí que está o maior de todos os problemas. Mesmo que fossem livres de efeitos colaterais, são produtos que não deveriam estar dentro da embalagem.
Ao acrescentá-los, os fraudadores estão rompendo o que há de mais primordial na relação entre quem produz e quem consome: a confiança. Mais do que isso, abalam a credibilidade de um setor no qual há gente séria trabalhando para garantir a qualidade do leite. O Rio Grande do Sul, segundo maior produtor nacional, atrás de Minas Gerais, infelizmente tem ganhado as notícias por conta dos escândalos, não pelas iniciativas boas que tem.
Diante da repetição dos casos - e apesar das ações e punições aplicadas - quem pode culpar as pessoas por terem dúvidas na hora de escolher qual produto levar para casa?
Como em qualquer crise, é preciso jogar limpo para reconquistar o consumidor.
Muitos especialistas apontam que para barrar os mal-intencionados, o caminho é ampliar a prática já adotada em algumas indústrias de remunerar pela qualidade do produto.
O sistema que paga por quantidade de leite entregue é uma porta aberta para os oportunistas de plantão.