Da porteira para dentro, como se costuma dizer, o dever de casa foi feito, permitindo ao Estado fazer história ao projetar colheita de mais de 30 milhões de toneladas de grãos. Uma combinação de fatores permitiu que se chegasse a esse resultado.
Seria simplista colocar todo mérito do resultado na boa vontade de São Pedro. Até porque quem trabalha com a agricultura sabe que, nos dias de hoje, é preciso mais do que chuva para fazer a lavoura render. Precisão e tecnologia são ferramentas fundamentais. Mas também não se pode fazer uma boa lavoura sem água - e daí a importância da irrigação.
Não há dúvidas de que o acesso a financiamentos e políticas públicas eficazes fazem parte da estrutura necessária à obtenção do resultado desejado. E é por isso que, para não desperdiçar tamanha grandeza pela caminho, é preciso manter o ritmo na hora de negociar a produção, dando condições de um escoamento sem percalços.
- Não temos uma estrutura ideal, mas temos condições de fazer um bom escoamento da safra - garantiu o governador Tarso Genro, ao revelar os números da Emater.
É pelas estradas que circula a maior parte da nossa produção - 75% do transporte até o porto de Rio Grande é feito por esse meio.
Depois de anunciar com toda solenidade que merece o resultado previsto para o campo, o governo agora deve voltar as atenções para as rodovias por onde passa a produção gaúcha. Ainda há muito chão batido, muito buraco e muita poeira no caminho da safra.
Se o volume colhido neste ano injetará resultados positivos na geração de riqueza, vale lembrar que o custo logístico em toda a economia consome, segundo estimativa da Agenda 2020, 19,46% do PIB gaúcho.
Para acompanhar a evolução histórica da produção agrícola, é preciso continuar fazendo o dever de casa também do lado de fora da porteira das propriedades.