Uma vitrine sempre é organizada para chamar a atenção, e uma das melhores formas de atrair o olhar de quem passa é comparar itens. No caso da nova linhagem de arroz em desenvolvimento pela Embrapa, a diferença no tamanho salta aos olhos.
Apresentado na Vitrine Tecnológica montada em Mostardas, onde ocorre a abertura oficial da colheita, o chamado arroz gigante tem, em média, o dobro do volume do grão convencional. De acordo com Ariano de Magalhães Júnior, melhorista da Embrapa Clima Temperado, o AB 11047 é resultado de cruzamento feito a partir do banco de germoplasma da entidade e tem características inéditas.
- Por questão de paladar, é voltado só à alimentação animal e à produção de etanol, por exemplo. Não conhecemos trabalho semelhante no mundo com essa finalidade - diz o pesquisador da Embrapa.
A expectativa é que o produto esteja no mercado em 2015. A produtividade de um hectare chega a 12 toneladas, ante a média de 7,5 toneladas do grão convencional, e o cultivo é mais rústico, de acordo com Magalhães Júnior.
Na industrialização, o rendimento é mensurado em parceria com a Usinas Sociais Inteligentes SA (USI), de Porto Alegre, e a Vinema, de Camaquã. Presidente da USI, Francisco Mallmann estima o potencial do arroz gigante para produção de etanol em até 5 mil litros por hectare. Na Vinema, a linhagem também está sendo estudada para servir como fonte de energia pela queima da casca, de acordo com Vilson Machado, diretor da empresa.
Saiba mais sobre a pesquisa
O arroz gigante é denominado como Desclassificado para Consumo Humano (DCH) porque foge do padrão usual: tem menos transparência e é mais quebradiço do que o produto convencional.
_Tem grande quantidade de amido e alta produtividade, é resistente às principais doenças do arroz e ao degrane (queda natural das sementes).
_ Atinge 52g de peso médio em mil sementes, enquanto a média do grão convencional é de 25g.