A prefeitura de Porto Alegre ainda realiza estudos para a instalação de medidores da qualidade do ar. O investimento foi anunciado na COP 28, conferência global do clima, em dezembro de 2023. No momento, a prefeitura da Capital não conta com estações de monitoramento da qualidade do ar.
O governo estadual também não tem equipamentos do tipo em funcionamento. Durante o evento ambiental, foram previstos R$ 3 milhões para a aquisição da tecnologia, segundo Germano Bremm, titular da Secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) da Capital.
Nesta terça-feira (10), a Smamus informou à reportagem que o processo está na fase de elaboração do termo de referência, etapa que antecede a licitação. Por isso, ainda não existe um prazo para que Porto Alegre tenha acesso aos medidores.
A prefeitura planeja instalar seis estações no chamado serviço de Monitoramento Automático da Qualidade do Ar, para medição de poluentes e parâmetros meteorológicos.
Também serão disponibilizados online os dados em relatórios mensais e anuais de monitoramento obtidos com os dispositivos.
“A prefeitura está desenvolvendo projeto para monitorar a qualidade do ar, mas, conforme a Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) 03/90, a responsabilidade legal pelo monitoramento da qualidade do ar é do Estado (Art. 5º: O monitoramento da qualidade do ar é atribuição dos estados)”, diz a nota enviada para Zero Hora.
Responsável pela monitoramento do ar, o governo estadual enviou a seguinte resposta à reportagem:
A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) informa que a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) está em constante monitoramento da qualidade do ar na Região Metropolitana. Apenas a estação de Triunfo apresentou qualidade ruim nos dias 15 e 16 de agosto. As demais estações localizadas na Região Metropolitana apresentam boa qualidade do ar, conforme Resolução Conama Nº 506/2024.
A rotina em meio ao tempo atípico
O céu coberto pela fumaça acompanhou a rotina de exercício de Maria Lourdes, 57 anos, e a mãe dela, Hânia Machado, 84. Elas caminhavam pelo Parque Farroupilha (Redenção), em Porto Alegre, durante a tarde desta terça-feira (10). Em entrevista à Rádio Gaúcha, a filha relatou dias de “cansaço”,
— Faço exercício todos os dias, tenho uma rotina com a minha mãe de ir ao parque uma ou duas vezes na semana e a temos sentido bastante o calor e a fumaça. A poluição está em demasia, não tinha visto nada nem próximo — aponta.
Hânia relatou que pretende seguir com as atividades mesmo que a condição do tempo lhe cause indisposição.
— Está difícil. Sinto mais na respiração e na coluna, porque tenho osteoporose. Os médicos pedem para ficar quietinha em casa, mas eu gosto de sair, passear — resumiu.