Os ursos polares podem desaparecer da Baía de Hudson, no Canadá, como resultado da mudança climática e do aumento das temperaturas, de acordo com um estudo de um grupo internacional de cientistas publicado na quarta-feira (12). Se a temperatura média global subir acima de 2°C, o limite estabelecido no Acordo de Paris de 2015 para combater a mudança climática, o período de glaciação dessa enorme massa de água no norte do Canadá será drasticamente reduzido.
Quando a Baía de Hudson começar a derreter, os ursos polares não poderão se movimentar livremente para caçar focas, sua principal fonte de alimento, especialmente no sul.
— Esses ursos provavelmente não conseguirão sobreviver nessa região — disse a principal autora do estudo, Julienne Stroeve, especialista em mudança climática da Universidade de Manitoba.
E o mesmo aconteceria com a parte oeste da baía a médio prazo. A temperatura média global já está 1,2°C acima da média pré-industrial de 1850-1900, e os indicadores apontam para um aumento de 2,9°C até 2100, de acordo com a ONU. O estudo, publicado na revista Communications Earth and Environment, diz que na última década o período sem gelo na Baía de Hudson foi estendido em um mês. Com um aumento de +2°C, a parte sul da baía permaneceria sem gelo por mais de 180 dias, ou quase metade do ano.
— Isso começará a ser muito longo. Eventualmente, eles não conseguirão sobreviver — diz ele.
Se o aumento da temperatura estiver entre 2,2°C e 2,6°C, essa tendência também afetará a parte ocidental, acrescentou. Outros estudos destacam a flexibilidade dos ursos para se adaptarem à mudança climática.
De acordo com o relatório Situação dos Ursos Polares da Global Warming Policy Foundation, o número de ursos no sul da Baía de Hudson aumentou 30% em 2021, enquanto no oeste permaneceu inalterado.