Uma frente fria oriunda da Argentina traz novo período de instabilidade ao Rio Grande do Sul. Pancadas de chuva, vento intenso e raios foram registrados em diversas regiões do Estado nesta quarta-feira (8). Marcelo Schneider, meteorolostiga do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alerta que pode chover até 150 milímetros em áreas entre Porto Alegre e o Litoral Norte, no período entre sexta e segunda-feira (13).
Impulsionada pelo vento sul, a massa de ar polar que chega ao Estado pela Argentina deve se chocar com o calor que vem de outras regiões do Brasil. O encontro resulta em um novo período de instabilidade intensa, vento e raios no Rio Grande do Sul, além da queda brusca de temperaturas a partir da próxima semana.
— A gente tem um quadro de uma frente novamente estacionária (sobre o RS). Aos poucos, o ar frio polar que está lá no sul da Argentina vai começar a se deslocar e chegar aqui na fronteira do Estado. Ao mesmo tempo, o calorão todo que está no Brasil central vai se chocar com esse ar frio do Sul, o que resulta em chuva — explicou Marcelo Schneider, que ainda alertou que a preciptação deve ter mais intensidade a partir de sexta-feira (10), em entrevista à Rádio Gaúcha.
Segundo Schneider, o vento sul que sopra em Rio Grande deve ter intensidade fraca, mas pode contribuir para manter o nível do Guaíba elevado em Porto Alegre. A chuva perde força na manhã de segunda-feira, mas o frio avança no Estado. Com máximas que ultrapassaram os 30º graus nesta semana, a massa de ar polar influencia na baixa dos termômetros, e municípios do Sul do Estado têm previsão de 6, 7 e 8 graus entre Bagé, Região da Campanha e Santa Maria.
A intensidade do vento é o que mais preocupa no momento, além da chuva. A frente fria pode resultar em vento baixo e rajadas de até 80km/h na Serra, projeta Schneider.
— A preocupação não é tanto a chuva, é mais até. Localmente, pode dar uma chuva muito forte com raios, mas o acumulado não é o problema. E sim os ventos baixos que, na verdade, estão mais ou menos nesse patamar, de 60, 70, 80 quilômetros por hora, e dificulta o trabalho de buscas — explica.