Com a decretação da situação de emergência e "risco iminente de colapso" da mina 18 da Braskem, próximo à lagoa, no bairro de Mutange, na capital de Alagoas, crescem as dúvidas sobre o que são as minas de sal-gema, cuja extração afetou a estabilidade na estrutura do subsolo da região. Crateras e tremores podem atingir Maceió a qualquer momento, aponta a Defesa Civil.
Matéria-prima para obtenção de cloro, ácido clorídrico, soda cáustica e bicarbonato de sódio, o sal-gema é encontrado em camadas do solo, cercado por argila e gesso. Habitualmente branco, sua cor pode variar em tons de roxo, amarelo e rosáceos. As informações são do site UOL.
De acordo com a Agência Nacional de Mineração, sua formação decorre da precipitação do cloreto de sódio e da cristalização do mineral halita. Na indústria, é matéria prima para a produção de vidros e policloreto de vinila (PVC).
Desde a década de 1970 até 2019, 35 minas escavaram o solo em uma ampla região do bairro Mutange para extrair a matéria. A ação causou danos à estrutura no entorno das minas — onde há inúmeras casas e prédios residências — com aparecimento de rachaduras nas ruas e residências. Em 2018, um tremor foi sentido em todo o munícipio e resultou no afundamento do solo nos bairros Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol, afetando cerca de 200 mil habitantes.
Com o novo risco iminente, região foi evacuada e os moradores tiveram que deixar suas casas.
Como funcionavam as minas
Para obter o sal-gema, um poço era escavado para inserir água na camada do solo onde encontra-se a matéria, formando salmoura. Na sequência, a mistura era retirada — deixando o poço vazio. Para preencher o espaço onde inicialmente estava o sal-gema, um material líquido era despejado no poço.
O líquido — que deveria estabilizar o solo — vazou para as demais camadas do subsolo, formando buracos e gerando instabilidade na estrutura do solo.
Os problemas estruturais, conforme a Defesa Civil, foram causados pelo vazamento do material líquido que era inserido nos poços escavados para estabilizar as estruturas. Foram 40 anos de exploração e não se sabe quando o vazamento se iniciou.