Maceió decretou situação de emergência por risco de colapso da mina 18 da Braskem, próximo à lagoa, no bairro Mutange. Tremores de terra foram registrados na noite de quarta-feira (29). A Defesa Civil da capital alagoana criou um gabinete de crise para reforçar o monitoramento. A área já havia sido evacuada pela população, deixando bairros completamente abandonados na região.
Os problemas começaram ainda em 2018, quando um tremor causou rachaduras em ruas e casas, além do afundamento do solo em cinco bairros: Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e em uma parte do Farol. Só naquele ano, 55 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas. A mineradora está sendo responsabilizada pelo estrago.
O local era explorado para a extração de sal-gema, uma matéria-prima usada na indústria para obtenção de produtos como cloro, ácido clorídrico, soda cáustica e bicarbonato de sódio. Os 35 poços da Braskem estavam paralisados desde maio de 2019. Pesquisadores alertam para o risco de desastre na região há mais de uma década.
Afundamento de solo
Os problemas em Maceió começaram em março de 2018, quando um tremor de terra causou rachaduras em ruas e casas e o afundamento do solo em cinco bairros: Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e em uma parte do Farol. Mais de 55 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas naquele ano.
Com base em estudos feitos com a participação das principais autoridades nacionais e mundiais no tema, a empresa decidiu em novembro de 2019 propor a remoção preventiva dos moradores e a criação da àrea de Resguardo.
Esse local fica próximo dos 35 poços de sal que eram operados nos bairros e já estavam desde maio do mesmo ano paralisados. Foi quando, em novembro de 2019, a Braskem também anunciou o encerramento definitivo da extração do minério na região. No total, mais de 200 mil pessoas foram afetadas pelo desastre.
Conforme a companhia, todos os moradores, proprietários e comerciantes de cerca de 14,5 mil imóveis vêm sendo atendidos no Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação, criado pela Braskem como forma de indenização.
Em janeiro de 2022, a Braskem iniciou os trabalhos de estabilização e drenagem da Encosta do Mutange. O objetivo era suavizar as inclinações do terreno, construir um sistema de drenagem que pudesse fazer o direcionamento seguro da água da chuva e plantar uma cobertura vegetal , conforme a Braskem.
Com o fim da demolição, em 2023, começaram as atividades de terraplenagem, implementação de um novo sistema de drenagem e plantio da cobertura vegetal na Encosta do Mutange.
Recentemente, microssismos foram registrados na área das minas que estão sendo preenchidas pela Braskem. Em magnitudes consideradas baixas e sem potencial de danos à superfície ou de serem sentidas pela população, estes tipos de ocorrência são identificados só por meio de equipamentos de monitoramento.
"Tais registros estão concentrados em um local específico, dentro das áreas de serviço da companhia, nas proximidades da Avenida Major Cícero de Goes Monteiro", afirmou a empresa.
A área, que já estava com algumas atividades paralisadas para evitar interferência na coleta de dados, foi isolada preventivamente e em cumprimento às ações definidas nos protocolos da companhia e da Defesa Civil de Maceió.