Nos últimos dias, parte do Brasil tem registrado recordes de calor. No domingo (12), São Paulo e Rio de Janeiro atingiram 37,1°C e 42,5°C, respectivamente. A sensação térmica na zona oeste da capital fluminense chegou a 52°C nesta segunda-feira (13). As datas estão entre as mais quentes do ano até agora.
O calor intenso deve seguir até, pelo menos, quarta-feira (15). Em São Paulo, no entanto, a temperatura só deve baixar significativamente na semana do dia 20, de acordo com as mínimas e máximas previstas pela Climatempo.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que pelo menos seis Estados registraram alerta. As regiões centrais no país, principalmente Sudeste e Centro-Oeste, devem concentrar as máximas mais extremas. O instituto projeta que a temperatura em algumas cidades do país pode aumentar em até 5°C acima da média.
Goiânia (GO), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Brasília (DF) e Curitiba (PR) se juntam a São Paulo e Rio de Janeiro na lista de cidades mais quentes. No Sul e no Sudeste, o clima será tomado pelas chuvas.
Nesta terça-feira (14), a umidade causada pela frente fria que atua no Rio Grande do Sul permanece. Há previsão de chuva no noroeste e no litoral do Estado, com chances de temporal. Em cidades como Bagé e Pelotas, o clima se estabiliza, com possibilidade de garoa. No Norte, pancadas de chuva intensa são acompanhadas por trovoadas, vento e risco de granizo.
Até o próximo domingo (19), Porto Alegre deve registrar temperaturas entre 18°C e 26°C, com chuva todos os dias, de acordo com a Climatempo.
O El Niño e o calor
De maneira geral, as ondas de calor e instabilidades climáticas devem perdurar até maio de 2024, tendo seu pior período entre agora, novembro de 2023, e janeiro do ano que vem. Isso porque, segundo relatório divulgado pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM) na semana passada, o El Niño, fenômeno relacionado ao aumento nas temperaturas notado neste ano, atinge o seu pico somente agora.
A OMM afirma que o El Niño desenvolveu-se rapidamente durante julho e agosto e atingiu força "moderada" em setembro — mês em que os termômetros chegaram a marcar 38ºC em São Paulo. O fenômeno só chegou a uma consistência, de acordo com os registros de temperatura da superfície do mar e outros indicadores, em outubro. Por isso, a expectativa da organização é que ele ainda não tenha atingido o seu maior pico.
"Provavelmente, (o El Niño) atingirá o pico, como um evento forte, em novembro-janeiro de 2024. Há uma probabilidade de 90% de que persista durante o próximo inverno/sul do Hemisfério Norte (verão no Brasil e demais países do Hemisfério Sul)", afirma a OMM. "Com base nos padrões históricos e nas previsões atuais de longo prazo, prevê-se que diminua gradualmente durante a próxima primavera boreal (que acontece de 20 ou 21 de março até 20 ou 21 de junho)."
O fenômeno tem gerado efeitos mais longos e um calor mais latente por conta das mudanças climáticas, segundo os especialistas da OMM.