No Rio Grande do Sul, o mês de setembro, de transição do inverno para a primavera, foi marcada por chuva abaixo da média e chegada de frentes frias. Já em outubro a previsão é de outro cenário em todo o território gaúcho, com fortes pancadas de chuva e temporais previstos para todas as regiões.
Segundo o cálculo do Inmet, de 1991 a 2020, a média de precipitação varia de 140 a 300 milímetros. A Clima Tempo prevê, porém, que devido ao fenômeno La Ninã, as chuvas serão abaixo da média.
Também pela influência do La Niña, há a tendência de que as frentes frias passem rapidamente pelo Estado, dificultando a permanência e formação de áreas de chuva. A previsão é que chova menos do que o normal ou que a chuva fique abaixo do média esperada para o mês, principalmente no centro-oeste do Estado.
As regiões Noroeste, Norte e Oeste recebem as maiores médias de precipitação. Cidades como São Luiz Gonzaga, Iraí, Cruz Alta e Santa Maria, por exemplo, historicamente recebem mais chuvas, com precipitações médias de 264 mm, 249 mm, 246 mm e 203 mm, respectivamente.
A meteorologista da Clima Tempo Josélia Pegorim explica, ainda, que outubro deve ser um mês com temperaturas mais quentes que o normal, tendo em vista que não há expectativa de episódios de frio intenso.
— Ao longo do mês vão acontecer quedas bruscas de temperaturas, mas que não vão persistir por muitos dias. Na segunda quinzena, algumas madrugadas podem ser mais frias do que o normal. Mas as frentes frias irão passar rápido pelo Estado. E irão provocar pancadas de chuva, mas que também não vão persistir por muito tempo — explica.
As previsões não indicam que o Estado sofra com as famosas enchentes ou cheias de São Miguel, típicas do mês de outubro. No ano passado, também não foram registradas.
Setembro
Em setembro, algumas das grandes cidades do Estado, como Santa Maria e Caxias do Sul, as temperaturas mais baixas registradas em setembro ficaram abaixo dos 5°C. Ainda assim, as temperaturas ficaram dentro da normalidade no Estado. Nas regiões da campanha, serra e norte do Estado, foram registradas mínimas abaixo da média, como –2,3°C em Vacaria, por exemplo. Registrada no dia 4 de setembro, essa foi a menor temperatura dessas regiões.
Em Porto Alegre, a menor temperatura no mês foi de 6,3°C no dia 4 de setembro. Esse foi um dos sete dias em que a Capital registrou temperatura menor ou igual a 10°C. A máxima registrada no mês de setembro, alcançada nos dias 8 e 9, foi de 28,5°C.
Com a passagem de frentes frias, o ar de origem polar predominou. A meteorologista da Clima Tempo Josélia Pegorim diz que o resultado dessa predominância é um ar mais seco e isso dificultou a formação de áreas de chuva no Estado. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), até o dia 29 de setembro, havia chovido apenas 66 milímetros em Porto Alegre, sendo que a média normal de chuva em setembro para a Capital é de, aproximadamente, 148 milímetros.
— Ou seja, em 29 dias, choveu cerca de 45% da média. A chuva desta sexta-feira (30) não deve alterar esse balanço — finaliza Josélia.