Uma jovem indígena brasileira e uma estudante de geografia chilena discursaram nesta segunda-feira (1º) na Cúpula de Líderes da COP26, em Glasgow, na Escócia. Elas trouxeram uma mensagem enérgica a favor do combate à mudança climática e em defesa da natureza.
– Tenho 24 anos, mas meu povo vive no Amazonas há 6 mil anos – começou lendo Walelasoetxeige Paiter Bandeira Suruí, da etnia Surui Paiter, diante de uma audiência de mais de 120 líderes do planeta.
Os chefes de Estado e de Governo estão em Glasgow para o início da conferência sobre a mudança climática, que vai durar 12 dias. O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, no entanto, não está presente no evento.
Com um traje tradicional e o rosto pintado, Paiter Bandeira Suruí reivindicou a herança de seus antepassados, a riqueza ecológica da Amazônia e exigiu a proteção para os líderes indígenas que são assassinados em defesa de suas comunidades.
– Hoje, o clima está esquentando, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo e nossas plantas não florescem como antes – explicou a jovem, estudante de Direito.
Paiter Bandeira Suruí falou pouco antes do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, que pediu por sua vez aos líderes presentes que cheguem a acordos para "salvar a humanidade" da mudança climática.
– A Terra está falando conosco e está dizendo que não temos mais tempo – explicou a jovem brasileira.
– Precisamos de outro caminho. Não em 2030, não em 2050, mas agora – disse a indígena, referindo-se às principais metas de progresso estabelecidas pela comunidade internacional. – Temos ideias para adiar o fim do mundo. Acabemos com as mentiras.
Já a estudante chilena Isis Riquelme se apresentou depois com uma mensagem em vídeo para a audiência como "ecofeminista" e estudante de geografia no Chile.
– Nós, seus filhos, suas crianças, decidimos colaborar globalmente para cuidar do nosso lar. Mas são vocês que decidem como reconstruí-lo. Peço que escutem.
– Ajudem-nos, por favor, a garantir um futuro melhor. Nossas vidas estão em suas mãos. O que decidirem nesta conferência mudará o rumo da humanidade. É hora de agir.