No último domingo (14), um tubarão-cabeça-chata foi capturado e morto por banhistas na praia do Balbino, no município de Cascavel, no Ceará. De acordo com informações do portal UOL, o animal estava nadando próximo à faixa de areia e chamou a atenção de um grupo de pessoas, que decidiu retirá-lo da água e torturá-lo.
As imagens da violência contra o animal foram registradas por outras pessoas que estavam no local e postadas nas redes sociais, gerando revolta entre os internautas. Nos diversos vídeos que circulam pela internet, é possível ver o grupo atingindo o tubarão — já ferido — com pedaços de madeira, que são inclusive introduzidos na boca do animal.
Outras imagens mostram o tubarão sendo amarrado na traseira de um buggy e arrastado pela faixa de areia até um outro local onde, segundo o UOL, foi retalhado por várias pessoas.
Em sua página no Facebook, a prefeitura de Cascavel emitiu uma nota de repúdio, informando que o animal geralmente fica próxima à recifes e corais. O órgão ressaltou ainda que “não compactua com nenhum tipo de violência contra animais e que os mesmos devem ser respeitados e tratados com dignidade”.
Ao UOL, o biólogo e professor Hugo Fernandes esclareceu que a espécie é comum no litoral do Ceará e que os animais não oferecem nenhum risco aos banhistas.
Seis pessoas foram autuadas
Já na terça-feira (16), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) identificou e autuou seis pessoas envolvidas na morte do tubarão. Os suspeitos, que foram intimados pela Delegacia de Crimes Ambientais do Ceará, responderão por maus-tratos.
"Os autuados foram intimados a depor na Delegacia de Crimes Ambientais do Ceará, onde ainda responderão por crime ambiental. A pena determinada pela Lei n.º 9.605 de Crimes Ambientais, é de detenção de três meses a um ano, aumentada de um sexto a um terço pela morte do animal, em casos como o relatado. É válido ressaltar que perseguir, apanhar e utilizar animais silvestres sem a devida permissão também é considerado ilícito ambiental", afirmou o Ibama. Conforme o instituto, as multas somadas chegam ao valor de R$ 4,3 mil.