A Marinha divulgou nota neste domingo (24) informando que oito dos 11 Estados atingidos pelo vazamento de óleo fazem a destinação final "ambientalmente adequada" dos resíduos. Conforme o comunicado, o poluente recolhido das praias de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe é direcionado para fábricas de cimento ou aterro sanitário. O destino do material encontrado nas praias do Maranhão, Espírito Santo e Rio de Janeiro, no entanto, não foi divulgado.
"No primeiro momento, os fragmentos oleosos recolhidos vêm sendo acondicionados em recipientes apropriados, evitando a contaminação do solo e subsolo", completa a nota.
Desde o aparecimento das primeiras manchas de petróleo nas praias do Nordeste, no final de agosto, 764 localidades foram atingidas, em algum momento. O impacto do derramamento de óleo já não é tão visível, conforme a Marinha: "há 15 dias não são encontradas manchas de óleo no mar e, nos últimos 30 dias, 94% das ocorrências correspondem a vestígios de óleo nas praias atingidas", informa a nota.
Praias limpas
A Marinha garante que, atualmente, estão com as praias limpas os Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.
Já as seguintes localidades ainda permanecem com vestígios de óleo, com ações de limpeza em andamento: Araioses, no Maranhão; Barreiros, Ipojuca, Paulista e Tamandaré, em Pernambuco; Japaratinga, Barra de São Miguel, Feliz Deserto, Jequiá da Praia e Piaçabuçu, em Alagoas; Estância e Itaporanga, em Sergipe; Ilhéus, Igrapiúna e Cairu, na Bahia.
Investigação
No início de novembro, a Polícia Federal (PF) afirmou que o vazamento de óleo veio do navio grego Bouboulina. Na ocasião, a PF disse que a empresa proprietária da embarcação seria notificada pela Interpol para prestar informações. A petroleira grega Delta Tankers informou à imprensa que possui provas de que não é a causadora do desastre ambiental.
A conclusão das investigações da PF, no entanto, ainda não foi divulgada. Outras petroleiras gregas também teriam sido interpeladas pelo governo brasileiro, dentro do processo de apuração do acidente ambiental.
As manchas começaram a atingir o litoral brasileiro pelas praias do Nordeste, no final de agosto. Neste mês, o óleo avançou para as praias do Sudeste, pelo Espírito Santo, chegando, agora, ao litoral fluminense.