Um navio mercante de nome Bouboulina, de bandeira grega, é o responsável pelo petróleo vazado e que contamina a costa do Nordeste, conforme a Polícia Federal (PF). A informação consta na decisão do juiz federal Francisco Eduardo Guimarães Farias, da 14ª Vara Federal em Natal, que motivou a Operação Mácula, deflagrada na manhã desta sexta-feira (1). A embarcação é de propriedade da empresa Delta Tankers LTD.
Em uma ação integrada com a Marinha do Brasil, o Ministério Público Federal, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Agência Nacional do Petróleo, a Universidade Federal da Bahia, Universidade de Brasília e Universidade Estadual do Ceará, as investigações sobre o ocorrido iniciaram em setembro, informa a PF.
"Neste contexto, a Polícia Federal logrou obter a localização da mancha inicial de petróleo cru em águas internacionais, a aproximadamente 700 quilômetros da costa brasileira, em sentido leste, com extensão ainda não calculada. A partir da localização da mancha inicial, cujo derramamento suspeita-se ter ocorrido entre 28 e 29 de julho, foi possível identificar o único navio petroleiro que navegou pela área suspeita, por meio do uso de técnicas de geointeligência e cálculos oceanográficos regressivos", informa o texto publicado pela Polícia Federal.
Foi identificado que a embarcação possui bandeira grega, e que atracou na Venezuela em 15 de julho, onde permaneceu por três dias até seguir para Singapura, pelo oceano Atlântico, aportando na África do Sul. O derramamento teria, supostamente, acontecido durante este percurso.
"O navio grego está vinculado, inicialmente, à empresa de mesma nacionalidade, porém ainda não há dados sobre a propriedade do petróleo transportado pelo navio identificado, o que impõe a continuidade das investigações", diz a nota.
A operação recebeu o nome de Mácula, palavra que significa sujeira e impureza. Segundo a Polícia Federal, mais de mil toneladas do material foram retiradas do litoral nordestino até o momento.