Crianças e jovens da Austrália e da região do Pacífico iniciaram nesta sexta-feira (20) a greve global contra a mudança climática, após o apelo da ativista Greta Thunberg para que os adultos ajam para evitar um desastre ambiental. Organizadores estimam que 100 mil pessoas participaram de manifestações em Melbourne.
De Sidney a São Paulo, milhares de alunos participarão da "greve escolar pelo clima", que se apresenta como um dos maiores protestos a favor do clima já organizados.
Estão programados mais de 5 mil eventos, em todo o mundo, em uma sequência que deve terminar com uma enorme manifestação em Nova York, nos Estados Unidos, com a presença de mais de um milhão de estudantes.
Com o nome de "Fridays for Future" (Sextas pelo Futuro), a campanha mobilizou crianças e jovens para um papel mais ativo em convencer os adultos a tratar a questão climática com toda seriedade.
O movimento pede que políticos e empresários adotem as dramáticas medidas necessárias para deter o aquecimento global, que segundo os cientistas provocará uma catástrofe ambiental.
Na véspera da greve, Thunberg - uma adolescente sueca de 16 anos que se tornou a líder do movimento - reafirmou que há soluções que estão sendo "ignoradas", e pediu que os mais jovens tomem a iniciativa contra o aquecimento global.
"Tudo conta, o que você faz tem importância", disse em mensagem ao seu exército de seguidores.
Os primeiros eventos da greve aconteceram nas ilhas Vanuatu, Salomão e Kiribati, territórios ameaçados pela elevação do nível do mar devido ao aquecimento climático.
Nestas ilhas, as crianças e jovens estudantes cantaram "não estamos fugindo, estamos lutando".
Um pouco mais tarde, a greve teve a adesão de milhares de jovens australianos, que protestaram em Sidney, Melbourne e dezenas de outras cidades.
"Estamos aqui para mandar uma mensagem aos poderosos, aos políticos, para lhes mostrar que estamos preocupados e que isto é realmente importante para nós", disse à AFP Will Connor, um jovem de 16 anos de Sidney.