A passagem de um meteoro pelo céu do Rio Grande do Sul voltou a chamar a atenção dos gaúchos na madrugada deste domingo (4). Um bólido — como é chamado o fenômeno quando se extingue após uma ou mais explosões no ar — foi registrado pouco depois das 2h em cidades como São Leopoldo e Taquara. Em junho, ocorrências semelhantes também ganharam repercussão.
Segundo o diretor-científico da Brazilian Meteor Observation Network (Bramon) — uma rede brasileira de observação de meteoros sem fins lucrativos — Carlos Fernando Jung, o meteoro avistado neste final de semana era de grande magnitude. Isso significa que o bólido apresentou alta luminosidade.
Segundo Jung, a queda atingiu a magnitude de -9,8 em uma escala em que quanto mais negativo é o número, maior é a luminosidade provocada por fatores como o tamanho do meteoro, a velocidade e o ângulo de entrada na atmosfera. A partir de -4, o fenômeno já passa a ser considerado uma "bola de fogo", ou fireball, na terminologia em inglês.
— A queda de meteoros é algo muito comum, eu mesmo já registrei mais de 10 mil desde janeiro, mas este ano vem sendo marcado pela queda de alguns meteoros de maior magnitude, como esse registrado no domingo — afirma o especialista.
Em 6 de junho, um fenômeno semelhante chamou a atenção no Rio Grande do Sul ao ser avistado em pelo menos 38 cidades de diferentes regiões. Estimativas divulgadas pela Bramon indicam que o objeto, naquela oportunidade, pesava mais de três toneladas. Na noite seguinte, dia 7, outro meteoro de porte semelhante foi visto em uma rara coincidência.
Até a noite de domingo, não haviam sido realizados cálculos a respeito do mais novo meteoro a cruzar o céu gaúcho.
— Podemos dizer que ele entrou na atmosfera a uma velocidade de 100 mil km/h e se apagou após duas explosões — afirma Jung.