Pesquisadores do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos da UFRGS (Ceclimar) avaliam, junto com integrantes de outros órgãos ambientais, a possibilidade de realizar eutanásia na baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) encalhada desde quarta-feira (27) nas areias de Mostardas, no litoral médio do Rio Grande do Sul.
Na madrugada desta quinta-feira (28), uma equipe formada por biólogos e veterinário do Ceclimar esteve no local e avaliou a situação do animal.
Segundo o professor de Zoologia Ignacio Benites Moreno, do Ceclimar/UFRGS Litoral, a baleia tem 12m de comprimento, cerca de 25 toneladas e pode ter entre dois e seis anos de idade. Nesta faixa etária, o animal é chamado de "filhotão".
Moreno destacou que a baleia está muito debilitada e com condição corporal ruim. Também não há marcas de interação com a pesca.
— O animal está sofrendo e a logística para salvá-lo é quase impossível. Seriam necessários dois barcos de grande porte, cordas e correntes, e uma maré alta. Mas a maré está muito baixa para as embarcações se aproximarem. Fizemos coletas de amostras para estudos e, devido à situação, estamos avaliando junto aos órgãos ambientais a possibilidade de eutanásia — destacou.
Moreno calcula que o animal tenha se perdido da rota das jubartes, distante em mil quilômetros da costa. Nesta época do ano, o filhotão poderia estar indo ou voltando da temporada reprodutiva. Estes animais costumam circular entre a península Antártica, no Extremo-Sul do continente, e o Arquipélago dos Abrolhos, na Bahia.
Ainda no fim da tarde desta quinta-feira, a equipe do Ceclimar, formada por especialistas, retornará ao local para definir o que poderá ser feito. Qualquer decisão de eutanásia, no entanto, só deve sair na sexta-feira (1º).
A presença desses animais na costa do Estado vem se tornando mais frequente, uma vez que a população da espécie vem crescendo. Nos últimos cinco anos, seis baleias-jubarte encalharam na orla do litoral gaúcho e cinco delas já chegaram mortas à praia. Mais informações serão divulgadas após nova avaliação.
Banhistas devem se afastar da baleia
Moreno alerta para a população não se aproximar do animal, pois ele está sofrendo e respondendo ao toque dos especialistas, com o movimento da nadadeira. O professor de Zoologia pede que os banhistas guardem distância, pois uma mexida brusca da nadadeira da baleia poderia matar um ser humano.