A cidade de Constantina, no norte do RS, está de luto pela morte de sete moradores em colisão de uma van contra um caminhão nesta segunda-feira (4), na BR-386. O grupo seguia para Tenente Portela, onde realizariam consultas médicas.
Umas das vítimas foi o casal Wilson Ramos, 67 anos, e Adazila de Oliveira Ramos, 64. Sempre juntos, conforme relato de amigos e familiares, a esposa seguia como acompanhante do marido para a terceira consulta preparatória de Wilson, que teria que realizar uma cirurgia de próstata.
Naturais de Erechim, também no norte gaúcho, o casal e os filhos passaram a viver em Constantina há cerca de 27 anos. Desde então, Wilson sempre esteve conectado com a Igreja Evangélica Assembleia de Deus. Além de pastor, ele também atuava como vice-presidente da congregação no município.
— Wilson sempre foi muito atuante na comunidade, envolvido com a igreja. Os dois estavam sempre unidos e nunca reclamavam de nada — diz o vereador e amigo da família Marco Antônio Xavier, 43.
Adazila acompanhava o marido e sempre que podia estava prestando auxílio à comunidade.
— Antes da pandemia, ela ia toda sexta-feira até o hospital de Constantina visitar as pessoas doentes para prestar um apoio — conta o filho Oséas Ramos, 40.
Além de Oséas, o casal deixa outro filho, Oziel Ramos, 31, duas noras e três netos. Nesta terça-feira (5), ocorrerá um culto fúnebre em homenagem ao casal e à Geni Emília dos Santos, 50, que também frequentava a igreja.
Quem também estava na van da prefeitura era a dona de casa Ana Bruna Cavalheiro da Silva, 31 anos, que levava a filha Helena Vitória da Silva Rodrigues, de dois meses, para uma consulta com o pediatra. A menina, que nasceu prematura, passava por uma avaliação médica, que iria ser realizada todos os meses até que completasse um ano.
Mãe de outras três crianças, Ana Bruna havia enfrentado, antes do nascimento de Helena, a perda de um bebê, relata a família. Recuperada, meses depois, recebeu a notícia da gravidez de Helena.
A sogra de Ana Bruna, Adonzila Duarte Rodrigues, 62, enxergava a nora como uma filha. Morando na mesma rua, diz que Ana Bruna e os netos sempre a visitavam.
— Ela era muito companheira, um amor de pessoa. Sempre disposta a ajudar. Vinha aqui em casa para nos fazer companhia, almoçava e tomava café conosco — afirma Adonzila.
O marido de Ana Bruna não quis falar sobre o ocorrido. O pai da vítima, morador de Três Palmeiras, e a mãe, que reside em Minas Gerais, são aguardados para a cerimônia de despedida de Ana Bruna e de Helena.
O velório será realizado no salão comunitário do bairro São Roque ao longo da noite desta segunda-feira e madrugada e o sepultamento está previsto para ocorrer na manhã desta terça-feira.
Ainda estavam na van o condutor do veículo Magno Zanella, 48, e Silvana Remonti Zenatti, 41 anos.
A colisão entre a van e o caminhão, aconteceu por volta das 6h30min desta segunda-feira (4), na BR-386, no norte do Estado, perto do entroncamento com a RS-500. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), todas as pessoas que morreram estavam na van.