Houve uma falha da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) ao não liberar as cancelas de seus pedágios onde ocorreram grandes congestionamentos na volta do feriadão de Páscoa, no domingo. A opinião é do atual interino e futuro titular do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), tenente-coronel Francisco de Paula Vargas Jr.
- Eles falharam, principalmente na RSC-287. E não explicaram por quê (não abriram as cancelas). Hoje estamos tentando um contato com a EGR para fazermos uma avaliação - afirmou o oficial.
Em busca de explicações, ZH contatou a EGR. A empresa informou que às segundas-feiras a diretoria tem uma reunião e não poderia responder até as 13h. À tarde, a EGR divulgou uma nota sobre o caso.
A RSC-287, que foi palco de um trágico acidente pela manhã, em Montenegro, com cinco mortes e cinco feridos, gerou indignação nos motoristas devido ao congestionamento. Os piores trechos foram próximo aos pedágios de Venâncio Aires e de Candelária. A rodovia é toda de pista simples e liga a Região Central à Metropolitana. No ano passado, antes do início do verão, a EGR havia informado que abriria as cancelas quando os motoristas tivessem que esperar mais de 15 minutos para atravessar as praças de pedágio da empresa.
O professor universitário Demétrio de Azeredo Soster, 47 anos, precisou de três horas e meia para percorrer o trecho entre Faxinal do Soturno e Santa Cruz do Sul, normalmente feito com duas horas a menos. Viajando com a esposa e o filho de seis anos, encontrou o engarrafamento quando ainda faltavam 30 quilômetros para a praça de pedágio em Candelária, administrada pela EGR, na RSC-287. Eram três cabines prestando atendimento no sentido da rodovia em direção a Santa Cruz do Sul, o que não era suficiente para atender à demanda.
- O que parou o Rio Grande do Sul foram os pedágios. Quem está gerenciando isso? É muito complicado - cobrou Demétrio.
Depois de passar pela cancela, seguiu pela RSC-287. Antes de chegar ao destino, passaria por outra praça de pedágio da EGR, em Santa Cruz do Sul. Quando se aproximaram, notaram o recomeço da lentidão.
- Iria parar tudo de novo. Consegui pegar outro caminho para ir por Vera Cruz, que aumentou a distância em cerca de 15 quilômetros, mas certamente foi melhor do que ficar parado de novo - relatou.
Viajando entre Carazinho e Cachoeira do Sul, Matias dos Santos, 32 anos, permaneceu 30 minutos parado no pedágio da EGR de Venâncio Aires, na RSC-287. O período de meia hora foi necessário para percorrer cerca de seis quilômetros entre o primeiro ponto de parada no congestionamento e a cancela.
Santos, que normalmente percorre a distância entre Carazinho e Cachoeira do Sul em três horas e meia, precisou de cinco horas e 40 minutos no domingo de Páscoa. Uma das reclamações dele foi de que mesmo com a previsibilidade de movimento intenso, apenas duas cabines do pedágio de Venâncio Aires estavam prestando atendimento.
- Chuva, feriado, pequenos acidentes que trancam a rodovia e poucas cancelas funcionando, fica inviável. Eu ouço falar que, depois de determinado tempo na fila, a cancela tem de ser levantada para a passagem até que a situação se normalize. Falei isso para a moça do atendimento, mas ela apenas deu um sorriso irônico - reclamou Matias.
Para o tenente-coronel, a EGR não tem estrutura suficiente para receber muitos carros. Ele criticou a existência de somente cinco cancelas em Venâncio Aires - três em um sentido e duas no outro.
- As praças de pedágio não deram conta. Aí, complica. Tem que aumentar a estrutura - criticou Vargas.
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