O primeiro trecho da ciclovia da Avenida Ipiranga, em Porto Alegre, foi inaugurado em maio de 2012. Desde então, o trajeto de 416 metros nunca passou por mantenção. De lá para cá, a tinta descascou, as marcações apagaram, as raízes das árvores formaram lombadas e os guarda-corpos foram arrancados em atos de vandalismo. No caminho entre a Azenha e a Érico Veríssimo, a proteção de madeira tem partes faltando desde os protestos de junho de 2013. Sem a escora, o ciclista fica vulnerável a uma queda no Arrorio Dilúvio.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) justifica a demora. Segundo a EPTC, o trecho inicial da ciclovia da Ipiranga funcionou como um teste e alguns dos equiamentos de segurança, entre eles os guarda-corpos, não foram confeccionados na maneira correta, o que dificulta a troca imediata quando necessário.
O gerente de Projetos Especiais da EPTC, Antônio Vigna, admite a dificuldade na manutenção do trajeto.
"Sendo bem sincero, a manutenção das ciclovias ainda é um desafio. Também estamos aprendendo com o processo e esse primeiro trajeto ainda está sob avaliação para sabermos, por exemplo, quando tempo dura a tinta, qual a resistência dos guarda-corpos", explica
A EPTC espera ter todo o percurso da Ipiranga concluído para, então, começar a recuperação. As obras de continuação da ciclovia, no entanto, não têm data para recomeçar. A expectativa é que em outubro um novo prazo para o recomeço seja anunciado. Um projeto de adoção da ciclovia, com contribuição de empresas ou pessoas físicas na manutenção, está nos planos da prefeitura.
O gerente de Projetos Especiais da EPTC salienta, ainda, que os atos de vandalismo são constantes e, mesmo que a manutenção adequada fosse feita, não seria possível manter o caminho na condição ideal. Somente neste ano, a prefeitura de Porto Alegre gastou mais de R$ 400 mil com a recuperação do mobiliário urbano após atos de vandalismo.