A Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) identificou 50 áreas estruturais com rachaduras e vazamentos na Estação Espacial Internacional (ISS) e pela segurança dos tripulantes orientou a preparação de um plano de evacuação emergencial.
A Nasa e a agência russa Roscosmos acompanham os problemas apresentados no módulo de serviço russo Zvezda, que apresenta aumento progressivo no vazamento e rachaduras em nível máximo de risco, segundo publicação do jornal O Globo.
Por isso, foi aconselhado que os astronautas permaneçam no setor dos Estados Unidos da ISS durante o uso do módulo que apresenta defeitos. Dessa forma, a evacuação dos tripulantes pode ser rápida no caso da situação se tornar mais grave.
Os vazamentos no módulo russo foram identificados a partir de 2019, com a detecção de escapes de ar no local, reparados naquele momento com remendos e selantes. Mas em fevereiro deste ano, os índices diários de perda de ar atingiram 1,08 kg, passando para os críticos 1,68 kg em abril, fazendo a Nasa considerar o plano de contingência ao elevar o alerta ao nível máximo.
O cenário atual preocupa também em função do lixo espacial e seu alto potencial de colisão, provocando danos graves à estação em altas velocidades. A estação espacial não possui escudos capazes de aguentar a colisão de detritos ou micro meteoros maiores que 3 centímetros, expondo sua estrutura a danos mais graves que os provocados por detritos orbitais menores, contidos por escudos já existentes.
Situação dramática
Com 23 anos, a ISS tem data de encerramento das atividades planejada para 2030, mas sem garantias da Rússia de que a Roscosmos siga em funcionamento até essa data.
Reuniões e negociações estão sendo feitas entre as agências dos EUA e da Rússia para avaliar a insegurança provocada pela perda de ar do módulo Zvezda e um possível fechamento noturno para contenção do vazamento.
Ao jornal Washington Post, o administrador associado da Nasa Jim Free afirmou que a Rússia tinha conhecimento do problema, tratado em várias reuniões em busca de medidas preventivas. O orçamento limitado para criar veículos de lançamento imediato para evacuação da Estação Espacial Internacional em caso de piora da situação deixam a situação mais dramática.
Custos operacionais, envelhecimento da estrutura e danos causados pela colisão de detritos espaciais desafiam os limites da estação, com custo anual aproximado de US$ 3 bilhões, bancados pela Nasa e outras agências internacionais para pesquisas relacionadas a gravidade zero, medicina espacial, Biologia e Ciências Físicas.
A criação de um veículo para retirada controlada da estação no período esperado vem sendo trabalhada entre a Nasa e a Space X de Elon Musk, com investimento que pode ultrapassar os US$ 840 milhões. Em julho deste ano, foram pagos à Space X mais de US$ 260 mil para a criação de um plano de evacuação aos astronautas americanos, não dependendo assim de naves russas para voltarem à terra.