Um comando de voz basta para ligar todas as luzes da casa. Mesmo a distância, alguns toques na tela do celular ativam o ar-condicionado. Uma programação faz com que o piso fique aquecido no início de uma manhã fria.
Essas são algumas das possibilidades de uma casa inteligente, um imóvel capaz de integrar dispositivos, que são controlados pela fala do morador ou por meio de smartphones.
Os aparelhos têm tecnologia de coleta e transmissão de dados pela internet ou redes sem fios.
O sistema pode ser caro: é comum a automação de um imóvel de alto padrão custar mais de R$ 50 mil em Porto Alegre. No entanto, existem opções mais baratas e que podem ser instaladas pelo próprio morador.
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 9,9 milhões de residências brasileiras tinham dispositivos inteligentes em 2022, o que representa 14,3% dos lares com acesso à internet no país.
O uso da Alexa, a assistente virtual da Amazon, subiu 50% no Brasil em 2023, em comparação com o ano anterior, segundo a Forbes.
Conforto na rotina
Conforme Gabriel Cândido, proprietário da empresa Âmbar Automação, da Capital, os pedidos mais comuns são de automação de iluminação, cortinas, televisores e ares-condicionados. A integração, porém, pode ser adaptada às necessidades do morador.
— Já automatizamos uma chopeira, para que o chope estivesse gelado quando o cliente chegasse em casa. Fizemos com que a iluminação de uma igreja fosse acionada pelo smartphone. Há pedidos para automatizar o piso e deixá-lo aquecido em horários específicos, como depois do banho — exemplifica o empresário.
Cândido trabalha há cinco anos para clientes de alto padrão em Porto Alegre. Os preços variam conforme o solicitado pelo morador, os dispositivos da rede e o tipo de imóvel. Ele estima que uma automação completa possa custar 5% do valor do imóvel.
Zero Hora esteve em um dos apartamentos de um cliente da empresa, na zona norte da Capital (veja no vídeo acima). O local recebeu integração em todos os cômodos: ares-condicionados, luzes e televisões foram conectadas a uma central e podem ser acionados por um aplicativo de celular ou por comando de voz.
— Abro a porta, falo que cheguei e as luzes começam a ligar, as cortinas abrem e a televisão toca música no sistema de som. É uma sensação incrível, de bem-estar e conforto. Parece que a casa tem vida — narra o empresário Gabriel Terra, 50 anos, dono do apartamento.
Maiqui Mascarello, engenheiro e fundador da Akilli, que atua no ramo de casas inteligentes, afirma que o ideal é os imóveis serem planejados para receber a rede desde o início da construção. No entanto, a tecnologia não é restrita a residências novas.
— Qualquer casa pode ser inteligente. O avanço da tecnologia sem fio não demanda quebras de parede nem alterações na elétrica. Garantir que a instalação atenda às normas de segurança vigentes é fundamental, não apenas protegem os moradores contra riscos, mas também asseguram a durabilidade e eficiência dos sistemas — pontua.
Além da praticidade, pode haver ganho na segurança. Sistemas integrados em uma casa inteligente incluem câmeras que permitem monitoramento com notificações em tempo real, sensores para detectar movimentos e controle de acessos de fechaduras. A economia de energia elétrica também é outro benefício, segundo ele:
— Existe a capacidade de monitorar e controlar o consumo de maneira inteligente, desligando dispositivos quando não estão em uso. Sensores avançados, como os que detectam movimentos sensíveis, permitem ajustes precisos e evitam desperdícios. Recursos como automação de irrigação que se adapta à previsão do tempo, evitando regar as plantas em dias chuvosos, são atrativos para aqueles preocupados com a conservação de recursos.