Desenvolvida por um estudante de Engenharia de Controle e Automação da Universidade do Vale do Taquari (Univates), uma "mão biônica" devolve os movimentos naturais do membro – como cumprimentar e pegar algo, por exemplo – às pessoas amputadas. O projeto do gaúcho Natã Vargas, fundador e CEO da startup Limbx, ficou em terceiro lugar no Global Student Enterpreneur Awards (GSEA), um dos principais prêmios de empreendedorismo jovem do mundo e que teve 14 mil participantes neste ano.
— São próteses que, de fato, conseguem devolver autonomia para amputados. Então, são próteses que fazem a movimentação de abre e fecha da mão, movimento de pinça, de apontar. Imagina alguém que teve a perda de um membro, (essa pessoa) utiliza a nossa prótese e consegue voltar a autonomia. Consegue pegar objetos, consegue cumprimentar, consegue abraçar — disse Natã Vargas em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gáucha, nesta terça-feira (16), após salientar que a tecnologia é pioneira no Brasil.
Vargas explica que as próteses desenvolvidas na Limbx, startup em que tem Rafael Tauffer como sócio, funcionam através de estímulos do sistema nervoso. O estudante, natural de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, desenvolveu sistemas eletrônicos para captarem as ondas elétricas do pensamento, possibilitando a movimentação do membro biônico, que é feito em impressora 3D.
— O amputado, ele pensa, né? Em questão de milésimos de segundo ele faz a contração muscular. E a nossa prótese, ela tem aqueles eletrodos hospitalares. A gente coloca ali os eletrodos e capta o sinal elétrico da contração muscular, que a gente chama de sinal mioelétrico — explica.
Vargas ainda revela que a motivação para desenvolver a prótese vem do sentimento de querer "mudar o mundo", que ele carrega desde a infância. Uma das vidas que a prótese mudou foi de Marisete, voluntária que recebeu o protótipo durante os testes e se emocionou ao recuperar os movimentos da mão: — ela me falou "eu não sei como vou dormir essa noite" —, lembrou o estudante.
Para mudar mais vidas, o objetivo é tornar as próteses funcionais mais acessíveis no Brasil. Quando importado, o produto final pode custar mais de R$ 200 mil.
— É extremamente inacessível para as pessoas (próteses de fora do país). A gente ainda está em uma estratégia de precificação, mas por ser tecnologia nacional, por ser impressão 3D, que tem materiais mais acessíveis, e é R$ 20 mil o nosso valor de produto — disse.