As luzes "misteriosas" atravessando o céu voltaram a chamar atenção no Rio Grande do Sul. O Observatório Heller & Jung, localizado em Taquara, fez registro das aparições que puderam ser vistas em Porto Alegre no início da semana.
O mistério por trás delas já tem uma explicação. Como detalha o professor Carlos Jung, as luzes são satélites refletindo a luz do Sol, devido à posição em que a Terra fica neste período.
Segundo Jung, desde o ano passado, foi verificado que os satélites da Starlink, projeto da SpaceX, empresa de Elon Musk, estavam refletindo mais luz quanto mais ao sul ficavam. Soma-se a isso o fato de que a inclinação atual da Terra permite uma maior iluminação solar na parte do polo sul, explica o professor. Há suspeita também de que os satélites da Starlink possuam uma maior área que possibilita o reflexo da luz solar, o que contribui para as aparições mais frequentes.
Os casos podem ser visualizados em diferentes momentos do ano, mas, nos meses finais e iniciais, se tornam visíveis em uma faixa maior de horário.
— Como os satélites se deslocam de várias posições, e a iluminação não é sempre linear, eles podem aparecer e desaparecer e isto faz com que os observadores achem que são objetos não identificados — pontua Jung.
Relembre casos anteriores
Entre outubro e novembro de 2022, começaram a pipocar relatos sobre as luzes até então não identificadas. Em 2022, o primeiro registrado por GZH foi na noite de 22 de outubro, quando pilotos do voo 4517, da companhia Azul, informaram ao controle de tráfego aéreo que avistaram uma luz de origem desconhecida, por volta das 22h30min, enquanto sobrevoavam Santa Catarina. Na ocasião, não foi detectada a presença de outras aeronaves nas proximidades nem uma fonte luminosa perceptível. Após, outros pilotos relataram situações semelhantes.
Na época, o mistério das luzes viralizou e rendeu memes na internet. Pilotos profissionais opinaram sobre o que acreditavam ser o fenômeno.
Em fevereiro de 2023, novos casos: moradores de Porto Alegre, Venâncio Aires e Gravataí contaram ter visto luzes "estranhas" no céu à noite. À época, GZH esclareceu que o rastro luminoso era formado por um grupo de satélites da Starlink.