A Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) apresentou, nesta quinta-feira (14), o relatório de um estudo de uma comissão de especialistas independentes sobre fenômenos anômalos não identificados — UAPs. O documento recomenda que a Nasa prepare uma metodologia mais precisa para estudar os fenômenos. Segundo o administrador da Nasa, Bill Nelson, o órgão vai aprimorar a forma de investigar futuros casos, mas não há evidência de origem extraterrestre nos eventos observados até hoje.
"Não há razão para concluir que os relatórios existentes de óvnis tenham uma fonte extraterrestre", destaca o texto.
Estudo padronizado sobre os fenômenos
O documento coletado tem por objetivo esclarecer à própria agência quais possíveis dados poderiam ser coletados no futuro, para determinar a natureza e a origem dos fenômenos anômalos, bem como o estudo de OVNIs. Na coletiva, foi abordada a importância da padronização de coleta de dados para serem melhor estudados.
"Essas técnicas poderosas só funcionarão em dados bem caracterizados, coletados com respeito a padrões rígidos", diz o relatório.
O documento aponta ainda que a inteligência artificial (IA) e machine learning também são ferramentas para identificar ocorrências raras, já que são capazes de ler vastos conjuntos de dados.
Equipe para estudar UAPs
Segundo Bill Nelson, é a primeira vez que a Nasa cria uma equipe concreta para estudar os UAPs. São 16 especialistas trabalhando de forma independente, em uma equipe composta por profissionais de diversas áreas, como ciência, tecnologia, dados, inteligência artificial, exploração espacial, segurança aeroespacial, mídia e inovação comercial.
O documento, divulgado antes da apresentação oficial, destaca que os equipamentos de observação da Terra e o conjunto de dados obtidos pela Nasa (históricos e atuais) devem ser aproveitados para entender os UAPs. Mesmo com limitações para analisar OVNIs, estes materiais podem determinar se fatores ambientais específicos estão associados a certos tipos de anomalias não identificadas, por exemplo. Já os satélites comerciais podem ser complementares na identificação e estudo de tais fenômenos.
O seguinte roteiro será usado a partir de agora nos estudos padronizados da Nasa:
- Que tipos de dados científicos atualmente coletados e arquivados pela NASA ou outras entidades devem ser sintetizadas e analisadas para lançar luz sobre a natureza e as origens dos UAPs?
- Que tipos de dados científicos atualmente coletados e mantidos por organizações sem fins lucrativos e empresas devem ser sintetizadas e analisadas para lançar luz sobre a natureza e as origens dos OVNIs?
- Que outros tipos de dados científicos deveriam ser coletados para melhorar o desenvolvimento da compreensão dos UAPs?
- Quais técnicas de análise científica já existentes poderiam ser empregadadas para avaliar a natureza e as origens dos UAP? Quais tipos de técnicas de análise devem ser desenvolvidas?
- Ao considerar os fatores acima, quais restrições físicas básicas podem ser colocadas sobre a natureza e as origens dos UAPs?
- Quais dados do espaço aéreo civil relacionados aos UAPs estão disponíveis para análise para a) informar os esforços para melhor
compreender a natureza e as origens dos UAPs, e b) determinar o risco dos UAPs para o Espaço Aéreo Nacional? - Quais protocolos atuais e podem ser modificados para adquirir dados adicionais sobre passado
e futuros UAPs? - Que melhorias potenciais podem ser recomendadas ao adquirir dados sobre futuros UAPs?
Veja a coletiva na íntegra: