A Agência Espacial Norte-amerciana (Nasa) espera concluir um feito histórico nesta terça-feira (24): realizar o sobrevoo mais próximo do Sol já registrado, com a sonda Solar Parker distante 6,1 milhões de quilômetros da estrela – menor distância alcançada até o momento.
A manobra de aproximação do Sol começou às 8h53min (horário de Brasília) desta véspera de Natal, mas a confirmação do feito só será possível na sexta-feira (27). Devido a proximidade com a estrela e a exposição ao intenso calor, a sonda perderá contato com a Terra e só voltará a ter comunicação nos próximos dias.
"Este é um exemplo das missões ousadas da Nasa, fazendo algo que ninguém fez antes para responder a perguntas de longa data sobre o nosso universo", disse Arik Posner, cientista do programa Parker Solar Probe, em um comunicado na segunda-feira (23).
Posner afirma estar "ansioso para receber os primeiros dados científicos" na sexta-feira. O calor durante a aproximação poderá chegar aos 937ºC.
Entenda a missão
Lançada em agosto de 2018, a sonda iniciou uma missão de sete anos para coletar dados científicos do Sol e ajudar a prever eventos climáticos espaciais que poderiam afetar a vida na Terra.
A sonda é equipada com um escudo térmico potente e que mantém os instrumentos internos a uma temperatura ambiente de aproximadamente 29°C, mesmo durante a aproximação com o Sol.
A Parker também se deslocará a um ritmo de quase 690 mil km/h, rápido o suficiente para voar de Washington, capital dos Estados Unidos, a Tóquio, no Japão, em menos de um minuto.
— Nenhum objeto feito pelo homem jamais passou tão perto de uma estrela, portanto a Parker realmente enviará dados de um território desconhecido — disse Nick Pinkine, gerente de operações da missão no Laboratório de Física Aplicada (APL) da Johns Hopkins, na cidade de Laurel, estado de Maryland.
Em seu desafio às condições extremas, Parker tem ajudado os cientistas a desvendar alguns dos maiores mistérios do Sol: como se origina o vento solar, porque a coroa é mais quente do que a superfície abaixo e como se formam as ejeções de massa coronal (nuvens maciças de plasma ejetadas no espaço).