A rede social X — antigo Twitter — entrou com processo em um tribunal de São Francisco, nos Estados Unidos, contra um grupo sem fins lucrativos, o Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH, na sigla em inglês). O motivo é o órgão ter elaborado um relatório afirmando que o discurso de ódio aumentou na plataforma após a mudança de nomenclatura e símbolo.
O X, empresa de propriedade de Elon Musk, acusa o CCDH de produzir estudos "equivocados" que custaram dezenas de milhões de dólares à empresa de tecnologia, conforme cópia da ação judicial. No entanto, a base legal descrita na ação movida na noite de segunda-feira (31) é que a organização violou os termos de serviço da plataforma na forma como acessou os dados para seus relatórios.
O CEO do CCDH, Imran Ahmed, afirmou nesta terça-feira (1º) que a ação legal de Musk é um esforço para silenciar os críticos e vem "diretamente do livro de jogadas autoritárias". Ele também defendeu a pesquisa do grupo e disse que ela mostra que o ódio e a desinformação estão se espalhando como "fogo em palha" na empresa de Musk.
A ação do bilionário pede ao tribunal uma indenização em dinheiro não especificada para o X e uma ordem judicial para que o CCDH pare de obter dados para seus relatórios da forma como tem feito.
A ação acusa o CCDH e sua matriz no Reino Unido de serem organizações ativistas que se passam por agências de pesquisa. "A tentativa de Musk é atirar no mensageiro que destaca o conteúdo tóxico em sua plataforma em vez de lidar com o ambiente tóxico que ele criou. Musk não nos intimidará para que fiquemos calados.", disse Ahmed em um comunicado.
Desde que Musk comprou o Twitter por US$ 44 bilhões (R$ 235 bilhões, na cotação da época) em outubro passado, a receita da plataforma entrou em colapso devido à rejeição de sua gestão pelos especialistas em marketing e às demissões em massa que prejudicaram a moderação de conteúdo. Em resposta, o empresário passou a construir uma base de assinantes e um modelo de pagamento para buscar novas receitas.
Muitos usuários e anunciantes reagiram negativamente às novas taxas da rede social por serviços que antes eram gratuitos, às mudanças em sua moderação de conteúdo e ao retorno de contas de extrema direita previamente banidas. Em dezembro de 2022, Musk restaurou a conta na rede social do ex-presidente Donald Trump, que ainda não voltou a usar a plataforma.