A Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou nesta quarta-feira (21) no Twitter que o telescópio espacial europeu Euclid será lançado em 1º de julho, dos Estados Unidos, para tentar desvendar dois grandes enigmas do universo: a matéria e a energia escuras.
A tecnologia, que sairá de Cabo Canaveral, na Flórida, será transportada por um foguete Falcon 9, da empresa norte-americana SpaceX. Ainda segundo informações da ESA, o objeto espacial será posicionado perto do telescópio espacial James Webb, a 1,5 milhões de quilômetros da Terra. Do chamado ponto de Lagrange 2, Euclid — nome em homenagem ao pai da geometria, o grego Euclides — projetará um mapa tridimensional do universo, que abrangerá 2 bilhões de galáxias, cobrindo um terço da abóbada celeste e retrocedendo no tempo até 10 bilhões de anos atrás.
Em coletiva de imprensa realizada na última terça-feira (13), o astrofísico Yannick Mellier, do consórcio Euclid, explicou que esta inédita cartografia visa reconstruir a história do universo "por parcelas do tempo".
A ideia é entender melhor a matéria escura e a energia escura, que constituem 95% do universo, mas cuja natureza é completamente desconhecida. Ambos são invisíveis e, até o momento, puramente teóricos, mas os cientistas precisam desses componentes para compreender o cosmos.
A principal hipótese defendida pelos pesquisadores é a de que a matéria escura atuaria como um cimento dentro das galáxias, o que explicaria por que não se dispersam em nuvens de estrelas. Já energia escura é necessária para explicar a expansão acelerada do universo.
O telescópio
O telescópio Euclid, que foi concebido pelo empreendimento franco-italiano do setor aeroespacial Thales Alenia Space, tem duas toneladas, 4,7 metros de altura e 3,5 de comprimento.
De acordo com informações divulgadas no site da ESA, para fornecer imagens da mais alta qualidade, a tecnologia espacial deverá garantir um apontamento muito preciso e estável. Para isso, o telescópio usará seis propulsores de micropropulsão a gás frio alimentados por 70 gramas de nitrogênio armazenados em quatro tanques de alta pressão.
O estoque de nitrogênio garantirá a vida útil da missão por pelo menos seis anos.