Um golpe de mosquete colocou fim, em algum momento do histórico 25 de janeiro de 1835, à vida de um homem africano traficado para a Bahia para servir como escravo. Ferido no combate corpo a corpo que marcou a Revolta dos Malês, rebelião liderada por muçulmanos das mais importantes da história do Brasil, ele foi levado ao Hospício de Jerusalém, em Salvador (BA), onde morreu. A história não sabe o nome deste homem nem o que aconteceu com o corpo dele, embora se suponha que tenha sido sepultado em uma cova comum no Campo da Pólvora, onde outros rebeldes, indigentes e escravos eram enterrados. Já a cabeça foi parar longe: em uma coleção de 150 cabeças humanas, separadas por raça e nação, usadas por alunos de Medicina da Universidade Harvard, nos Estados Unidos.
Na Bahia
Notícia
Mobilização tenta trazer ao Brasil crânio de escravo que está em Harvard
Comunidade muçulmana e nigeriana está disposta a brigar para repatriar os restos humanos do homem e lhe conceder um ritual fúnebre apropriado
Estadão Conteúdo
Clarissa Pacheco