A Apple reconheceu sua falha e pediu desculpa aos usuários da Siri – assistente virtual – por permitir que funcionários terceirizados contratados pela companhia escutassem as gravações de voz realizadas no dispositivo. O anúncio surge após uma reportagem do jornal inglês The Guardian revelar que estes prestadores de serviço ouviam informações confidenciais das pessoas com o objetivo de melhorar o desempenho do dispositivo.
O periódico revelou que, de acordo com diversos ex-funcionários, comandos acidentais eram enviados com frequência para revisão e o conteúdo destas gravações envolvia, inclusive, a escuta de atos ilegais, como a venda de drogas. Em comunicado publicado em seu site, a Apple afirmou que “percebemos que não cumprimos plenamente nossos altos ideais e pedimos desculpa" e disse que promoverá mudanças no método de análise da Siri. "Suspendemos o programa de classificação da Siri. Planejamos retomar mais tarde neste outono, quando as atualizações de software forem lançadas para nossos usuários”.
No pronunciamento, a companhia reforçou três tópicos: não manterá as gravações de áudio dos usuários da Siri guardadas, somente suas transcrições automáticas. Segundo, dará a opção para as pessoas decidirem se querem ou não compartilhar as gravações com a Apple. Por fim, declarou que somente os funcionários da empresa poderão ouvir essas amostras de áudio.
O The Guardian apontou ainda que, recentemente, assistentes virtuais de outras marcas também passaram por readequações. A Amazon deixa a encargo do usuário participar ou não do processo de revisão do dispositivo. O Google, após o escândalo de vazamento das gravações, interrompeu o programa na Europa. Contudo, as práticas de revisão humana dos conteúdos foram mantidas.