Para auxiliar as pessoas que sofrem de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), o Hospital de Clinicas de Porto Alegre (HCPA) criou o aplicativo Focus. Mas a ferramenta ainda precisa ser mais efetiva. Para aperfeiçoá-la, a instituição promove o Hackathon TDAH, maratona que reúne especialistas, pacientes, familiares, designers e programadores em evento colaborativo e competitivo. A seleção começa em 13 de setembro e vai até 7 de dezembro, quando os protótipos serão avaliados e o time vencedor receberá um prêmio de R$ 10 mil.
Segundo dados da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), cerca de 8% da população brasileira sofre com a doença — mais de 16 milhões de pessoas. O professor de pediatria do HCPA, Marcelo Goldani, destaca que qualquer pessoa com TDAH é capaz de usar aplicativo, disponível nas versões IOS ou Android. Mas ele destaca que a tecnologia só é efetiva para quem faz o tratamento médico.
— O paciente baixa o app e o médico também. A ideia desta tecnologia é que quem tem TDAH faça seus relatos e tenha o acompanhamento profissional, assim, é mais uma forma de garantir a aderência ao tratamento. Só assim, o aplicativo se torna efetivo e reverte em melhora da qualidade de vida — esclarece.
Conhecimentos variados ajudam na evolução do app
Os participantes vão utilizar seus conhecimentos específicos para auxiliar na evolução do aplicativo. Os objetivos do Hackathon TDAH são aprimorar o Focus com a ampliação da adesão ao tratamento, facilitar o uso do aplicativo e elevar o nível de conhecimento e aceitação do diagnóstico por parte dos pacientes. A programação engloba uma experiência de cocriação e design de solução digital.
A maratona será realizada no saguão do HCPA e no Auditório José Baldi, que ficam na Rua Ramiro Barcelos, 2.350, em Porto Alegre. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até 6 de setembro neste link.
Entenda o TDAH
O TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Caracteriza-se por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. O transtorno é reconhecido oficialmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, em alguns países, como nos Estados Unidos, os portadores da doença são protegidos pela lei para receberem tratamento diferenciado na escola.
No Brasil, a Câmara dos deputados aprovou o Projeto de Lei (PL 7081) que prevê implementação de medidas em favor dos portadores da doença. Segundo o especialista em TDAH, professor Luis Augusto Rohde, o texto deve e dever ser aprovado no Senado nos próximos três meses.
— A matéria garante direitos como a formação de professores capacitados para acolher a pessoa com TDAH dentro da escola e que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve prover o diagnóstico e o tratamento para estes indivíduos — explica.
Para participar
- Quando: 13 e 14 de setembro (ideação e criação) e 7 de dezembro (banca e premiação)
- Local: saguão do HCPA e Auditório José Baldi (Rua Ramiro Barcelos, 2.350), em Porto Alegre
- Quanto: de graça
- Inscrições: até 6 de setembro. Clique aqui para se inscrever
- Regulamento: Clique aqui