Julho está sendo um mês e tanto para quem gosta de mirar o céu. Apenas duas semanas depois de um eclipse solar parcial cobrir 58% do pôr do sol, para quem acompanhou o fenômeno na capital gaúcha — que levou muitos gaúchos a colocar os olhos para cima em pontos como a Orla do Guaíba —, dois eventos astronômicos envolvendo a Lua serão visíveis do Rio Grande do Sul. E isso tudo na semana em que se comemora os 50 anos do lançamento da missão Apollo 11, em 16 de julho de 1969, que pela primeira vez levou o homem a pisar em solo lunar.
O primeiro fenômeno será a ocultação de Saturno pela Lua quase cheia, que ocorrerá na madrugada desta terça-feira (16), entre 5h e 6h. Segundo o físico e astrônomo do Departamento Interdisciplinar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Luiz Augusto da Silva, o evento poderá ser acompanhado por boa parte da América Latina, desde o extremo norte do Brasil até o sul de Buenos Aires. No Rio Grande do Sul, será possível observar de todos os municípios.
— Saturno desaparecerá na borda escura da Lua, reaparecendo algum tempo depois na borda brilhante. Na hora da ocultação, estará visível para o lado oeste do céu — explica o astrônomo.
Menos de 12 horas após a ocultação de Saturno pela Lua, mais um fenômeno será visível no céu para quem está no Estado. Trata-se de um eclipse lunar parcial — imersão de uma parte da Lua cheia dentro da sombra que a Terra, iluminada pelo Sol, projeta no espaço. O fenômeno começa por volta das 15h40min, com o primeiro contato do satélite com a região da penumbra, zona de obscurecimento parcial que circunda o cone de sombra terrestre.
Mas essa primeira parte será pouco perceptível. Conforme Silva, o primeiro contato com a sombra se dá às 17h02min. É a partir daí que o eclipse começa a ser perceptível. A fase máxima será às 18h31min, e a saída da sombra às 20h. Este instante representa o final do eclipse perceptível, uma vez que a saída da penumbra (às 21h18min) é muito discreta. No máximo do eclipse, 65,3% do diâmetro lunar estará dentro da sombra da Terra.
— Na Capital e na Região Metropolitana, a Lua já nascerá eclipsada, às 17h36min. Portanto, o instante máximo do eclipse poderá ser conferido pelos porto-alegrenses — garante o astrônomo.
A previsão é de sol entre nuvens ao longo do dia, com pouca chance de chuva, o que deve contribuir para a visibilidade do eclipse parcial durante a tarde. Já a ocultação de Saturno será horas antes do nascer do sol, e a expectativa também é de céu parcialmente nublado.
O último eclipse lunar visível para os gaúchos ocorreu em 20 de janeiro deste ano. Ele foi total, mas a visibilidade foi prejudicada por conta das más condições meteorológicas. O próximo acontecerá em 5 de junho do próximo ano e será do tipo penumbral.
O eclipse poderá ser visto a olho nu, sem qualquer perigo, diferentemente dos eclipses solares. Binóculos, óculos e telescópios permitirão o espectador aproveitar ainda mais.
Saiba mais sobre os fenômenos
Ocultação de Saturno pela Lua
- Com a rotação da Terra, a Lua se desloca pelo céu, ocultando algumas estrelas pelo caminho.
- Entretanto, é raro que uma estrela mais brilhante ou um planeta sejam ocultados, e é justamente isso que vai acontecer na terça-feira.
- Para melhor observação, é recomendado que se utilize um binóculo ou um telescópio pequeno, já que o brilho da lua será intenso.
Eclipse lunar parcial
- O outro fenômeno marcado para o mês de julho, um eclipse lunar parcial, poderá ser acompanhado pouco tempo após a ocultação de Saturno, com menos de 12 horas de diferença.
- Um eclipse lunar ocorre quando o Sol, a Terra e a Lua estão alinhados. Nosso satélite natural fica então na sombra da Terra.
- Privada dos raios do Sol, a Lua escurece e fica numa tonalidade de tijolo porque a atmosfera da Terra desvia os raios vermelhos da luz solar para o cone de sua sombra.
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