
Tiago Ricardo Felber, de 40 anos, foi transferido de presídio, conforme confirmado pela sua defesa no início da tarde desta sexta-feira (28). Felber estava detido em São Gabriel, mas sua defesa alegou que o local não tinha condições de garantir a segurança do preso. O novo destino não foi revelado por questões de segurança.
Felber atirou o filho, Théo Ricardo Ferreira Felber, cinco anos, de uma ponte sobre o Rio Vacacaí, no começo da tarde de terça-feira (25). O corpo do garoto foi encontrado horas depois, e Felber se entregou à polícia.
O menino estava vivo antes da queda, conforme a investigação. Após o crime, ele enviou áudios a familiares assumindo a autoria. À polícia, Felber disse que cometeu o crime para se vingar da ex-companheira, mãe da criança.
Segundo o advogado Roberto Leite, também foi solicitada a liberdade provisória de Felber, embora os argumentos para tal pedido não tenham sido divulgados.
Como foi o crime
Imagens de câmeras de monitoramento obtidas pela polícia mostram que Théo ainda estava vivo quando foi atirado da ponte.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Daniel Severo, durante o trajeto da casa do pai até próximo da ponte, o menino aparece sentado e ereto.
— Ele (pai) relatou em depoimento que o menino não estava morto e as imagens confirmam. Théo morreu quando foi jogado da ponte. Não sabemos se afogado ou devido à queda. Estamos aguardando o laudo da perícia para confirmar — explicou o delegado.
Áudios do pai
Os celulares de Felber, de uma irmã dele e da mãe do menino foram apreendidos. Em um áudio enviado à mãe por aplicativo de mensagem, ele disse para a ex-companheira que "fez uma loucurinha":
"Viu, guria, seja forte, fiz uma loucurinha, agora, tá? Guenta o coração para o resto da vida: atirei o Théo da (ininteligível) da ponte agora".
Guarda compartilhada
A mãe de Théo prestou depoimento por cerca de duas horas à polícia na manhã de quarta-feira. Conforme a mulher, enquanto foi casada com Felber, ele tinha um comportamento possessivo e era muito ciumento. Por vezes, era agressivo, mas nunca agrediu a ex-companheira e o filho.
Eles estavam separados há poucos meses e a guarda compartilhada não estava formalizada. Felber, que estava de aniversário na terça-feira, havia pegado o filho para comemorar a data.