Três ações realizadas pelo governo do Estado entre a noite de quinta (28) e a madrugada de sexta-feira (29) dificultaram ações criminosas por parte dos detentos da Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan). Na primeira delas, foram transferidos 17 apenados para o Complexo Prisional de Charqueadas. Lá, a Penitenciária de Alta Segurança (Pasc) ganhou um novo sistema de bloqueadores de celular.
Esses 17 já estavam em Charqueadas, mas como não existiam bloqueadores lá, foram transferidos para a Pecan, onde a expectativa é que os celulares não funcionassem. Agora, foram devolvidos ao complexo prisional de Charqueadas.
A devolução dos detentos se deu pela conclusão da instalação e homologação dos bloqueadores de celulares na Pasc. Ao todo, 23 unidades do Estado receberão os equipamentos. O valor total do contrato é de R$ 28 milhões. Em breve a penitenciária de alta segurança passará a contar com um módulo de segurança máxima, com 76 celas individuais destinadas, prioritariamente, para líderes de grupos criminosos envolvidos com homicídios dolosos, inviabilizando, a partir do isolamento, qualquer tipo de comunicação. Iniciada em 2022, a construção do novo módulo foi possível a partir de um investimento do governo do Estado de aproximadamente R$ 30 milhões.
A transferência foi feita por servidores da Polícia Penal, com apoio da Brigada Militar e da Polícia Civil.
– Essa ação é parte de um conjunto de iniciativas do governo voltadas ao combate efetivo ao crime organizado. A integração e o diálogo contínuo entre os diversos agentes da segurança pública do Rio Grande do Sul têm gerado resultados concretos, refletidos na redução dos índices de violência no Estado – ressalta o titular da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS), Luiz Henrique Viana.
A segunda operação desarticulou o comércio ilegal instalado no entorno do Complexo Prisional de Canoas. Conforme revelou a reportagem de GZH, era possível desde as tendas transmitir sinal de celular para apenados. O comércio visava atender aos familiares dos detentos, com a venda de produtos alimentícios, dentre outros itens, e poderia servir como esconderijo dos aparelhos transmissores de sinal de internet.
Foram removidas 17 tendas. O Grupo de Ações Especiais da Polícia Penal também efetuou a prisão de duas pessoas que tentavam entregar objetos ilícitos na penitenciária, com o uso de drones.
Historicamente, o entorno dos presídios é ponto de apoio para familiares e visitantes. No caso de Canoas, já existem no lado externo banheiros químicos para uso dos visitantes, que permanecerão disponíveis. Além disso, há um abrigo de visitas em frente ao módulo 1 do complexo canoense (Pecan 1) que conta com cobertura, bancos e banheiros.
Agora a Polícia Penal trabalha em um projeto de construção de abrigo de visitas, para prestar uma melhor assistência às famílias de apenados. O espaço, nos mesmos moldes do que existe na Penitenciária Estadual de Charqueadas 2, com cobertura, banheiros e pias, garantirá a infraestrutura necessária para dar conforto aos familiares no período em que aguardam até a hora da entrada no estabelecimento prisional. A proposta está em fase final de licitação, e uma empresa deve ser contratada nos próximos meses.
A decisão de realizar o procedimento foi tomada em reuniões que ocorreram no gabinete do vice-governador Gabriel Souza, enquanto governador em exercício, com a presença de autoridades estaduais e municipais. Dentre as demais medidas imediatas de segurança, estão o patrulhamento durante 24 horas por dia pela Brigada Militar no local e o incremento, por parte da prefeitura de Canoas, do monitoramento por câmeras nas imediações do complexo prisional conectado ao cercamento eletrônico do Estado.
A terceira iniciativa foi do Departamento de Homicídios da Polícia Civil, que desencadeou operação que visa desarticular integrantes da facção responsável pelo rumoroso assassinato de um apenado da Pecan, Jackson Peixoto, o Nego Jackson. Ele foi morto com sete tiros no sábado (23), dentro da prisão.