O enterro da jovem Camilla Lopes Fruck, 25 anos, morta durante troca de tiros na madrugada do sábado (16), na Restinga, zona sul de Porto Alegre, ocorreu na manhã deste domingo (17), no Cemitério Belém Novo.
No velório, amigos e familiares de Camilla estavam emocionados e comentavam sobre problemas de segurança ao sair à noite.
— Sentimento de que não existe segurança. Nosso governador deixou a desejar. Tem uma delegacia na frente do local do ocorrido e fica fechada à noite. Isso estimula que criminosos andem armados. Ela nem desceu do carro, ficaram no meio do tiroteio. Tragédia poderia ter sido maior — lamenta o pai de Camilla, o comerciante Ilson Schineider Fruck, 56 anos.
— Passamos o dia juntos, ela era o xodó na minha filha — disse Cassiano Vargas, amigo de Camilla há mais de 10 anos.
Ele, a esposa, a filha do casal e Camilla passaram a sexta-feira (15) passeando de lancha e aproveitando a praia do Jacuí.
Camilla ia dormir na casa dos amigos, na zona norte de Porto Alegre, mas acabou combinando de sair com conhecidos do bairro Restinga.
Segundo a polícia, Camilla estava em um carro com outras quatro pessoas: dois homens e duas mulheres. O grupo parou em frente a um depósito na Estrada João Antônio da Silveira para comprar bebidas. Dois amigos desceram do automóvel e foram até o estabelecimento, enquanto a jovem ficou aguardando no carro com uma amiga. Neste momento, criminosos teriam começado a disparar na mesma rua. Durante o tiroteio, ela foi atingida na cabeça.
O ataque estaria relacionado à disputa do tráfico de drogas na região.
A Polícia Civil diz já ter identificado dois suspeitos que teriam feito disparos contra uma loja de bebidas, atingindo Camilla. Ninguém foi preso até o momento.
— Durante todo o sábado, foram realizadas diversas diligências. Existem algumas linhas de investigação, sendo que já sabemos quais são os grupos criminosos que participaram desse tiroteio e estamos trabalhando na identificação e prisão de todos os envolvidos — disse o delegado André Luiz Freitas, titular da 4ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, responsável pelo caso.
A Brigada Militar informou que o policiamento segue reforçado na região e que atua junto com a Polícia Civil nas buscas aos envolvidos. Conforme o tenente-coronel Hermes Völker, comandante do 21º Batalhão de Polícia Militar, uma viatura que fazia policiamento próximo ao local da ocorrência havia sido despachada poucos minutos antes para atender outro caso.
Camilla morava sozinha no bairro Belém Novo. Na semana do feriado, havia ido a Santa Catarina para visitar a mãe e comemorar o aniversário da irmã. Teria retornado na quinta-feira (14).