Três meses após a implementação de câmeras corporais às fardas dos agentes da Guarda Municipal, em Porto Alegre, o município não registra solicitações de acesso às imagens relacionadas à conduta dos agentes em ocorrências. O levantamento foi divulgado nesta terça-feira (24) pela Secretaria Municipal de Segurança (SMSEG).
Entre 24 de junho a 23 de setembro, foram 271 ações registradas por agentes da Guarda Municipal na Capital. Durante o período foram realizadas 95 prisões. Entre outras ações também estão abordagens a pessoas em atitude suspeita (30), ocorrências no trânsito (69), furtos e pichações (10).
Segundo o secretário municipal de segurança, Alexandre Aragon, a implementação dos equipamentos junto aos uniformes dos servidores tem dado maior segurança aos agentes durante as abordagens.
— As câmeras corporais são uma complementação à atuação. O que nós adotamos é uma tendência mundial que dá transparência para a ação de intervenção. Isso nos ajuda até a corrigir eventuais erros e na profissionalização da corporação — disse o secretário municipal de Segurança.
O Centro Histórico, a região do Parque Farroupilha (Redenção), e os bairros Cidade Baixa, Santana e Moinhos de Vento são as áreas com o maior número de ocorrências com o registro de abordagens desde a implementação das câmeras corporais. Juntas, as localidades somam quase 70% do total das ações.
— O Centro Histórico sempre vai liderar o número de ocorrências ou de abordagens. Até pelo fluxo de pessoas, que é gigantesco por conta de quem também se desloca das cidades vizinhas. No Parque Farroupilha, aumentou o número de abordagens porque nós colocamos uma base, que permite um rápido atendimento com a comunidade. Inclusive, nos casos envolvendo as corredoras assediadas — apontou.
Conforme Aragon, mais de 50% das ações ocorreram em área de vida urbana, enquanto quase 40% das demais abordagens se dividem em locais como praças, parques e terminais de ônibus.
Segundo o secretário, também houve aumento no registro de ocorrências no comparativo ao começo do ano. Entre os principais motivos, está o redirecionamento de agentes para pontos estratégicos da Capital.
Ao todo, 160 equipamentos foram adquiridos pela Secretaria Municipal de Segurança, em um investimento de R$ 623 mil. As câmeras corporais são destinadas aos 160 servidores que trabalham em atividades operacionais nas ruas diariamente.
Sobre a câmera corporal
O equipamento usado pelos guardas municipais de Porto Alegre é o modelo DMT-16, da marca Multieyes. Além das 160 câmeras, foram adquiridas oito centrais de carregamento.
Os registros
A câmera é capaz de registrar vídeos e fotos de alta resolução, em ambientes iluminados ou escuros, por meio de iluminação infravermelha. Permite também a gravação de áudio.
Acionamento
A orientação é que os agentes liguem o equipamento sempre que iniciarem um atendimento. O servidor não consegue apagar o arquivo.
Armazenamento
As imagens são armazenadas em servidores de acesso restrito, sem transmissão em tempo real. Os registros ficarão disponíveis pelo período de 30 dias. O acesso externo aos arquivos só se dará mediante demanda.