O tenente-coronel aposentado da Brigada Militar (BM) Afonso Amaro do Amaral Portella foi condenado a 12 anos de prisão em regime inicialmente fechado pela morte de três pessoas em um acidente na RS-287, em Vale do Sol, no Vale do Rio Pardo. Portella poderá recorrer da sentença em liberdade.
Conforme a denúncia, ele estava embriagado quando dirigia um Vectra que atingiu um Gol, onde estavam cinco pessoas da mesma família. A colisão aconteceu em 14 de novembro de 2014. Portella foi condenado por três homicídios e por duas lesões, sendo uma grave e outra gravíssima.
Morreram no acidente o casal Hugo Morsch, 78 anos, e Herta Glicéria Morsch, 75, e a filha deles, Vitória Terezinha Morsch dos Santos, 49 anos. Ficaram feridos Jorge Antônio dos Santos, 51 anos, marido de Vitória, e uma das filhas do casal, que tinha 13 anos na época. Jorge Antônio teve sequelas graves e chegou a permanecer internado por quatro meses.
O júri, realizado em Vera Cruz, começou às 9h30min desta segunda-feira e terminou por volta das 21h. Os dois sobreviventes foram ouvidos, assim como o réu e duas testemunhas de defesa de Portella.
A investigação da Polícia Civil apontou que o oficial teria participado de uma comemoração em Rio Pardo e depois seguido em direção a Santa Maria, onde morava. Neste percurso, na rodovia, atingiu o veículo da família que vivia em Vale do Sol, e seguia para o aniversário de uma familiar no município de Santa Cruz do Sul.
Na época, ele foi indiciado pela Polícia Civil pelos três homicídios e pelas lesões corporais, com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. Em 2020, a Justiça determinou que o réu fosse a júri e depois disso houve uma série de recursos, até a data do julgamento ser agendada.
— Trata-se de um crime que teve uma enorme repercussão na comunidade de Vale do Sol e na região porque devastou uma família inteira, matando três pessoas e deixando uma outra com sequelas gravíssimas — afirma a promotora de Justiça Maria Fernanda Cassol Moreira.
Ainda conforme a promotora, no entendimento da acusação, ficou provado que o réu assumiu o risco de causar o acidente “ao dirigir um veículo quando estava embriagado, isso depois de participar de uma confraternização e ingressar na rodovia em velocidade excessiva, invadindo a pista contrária e colidindo com o automóvel onde estavam as vítimas”.
O que diz a defesa
Zero Hora entrou em contato com o advogado Daniel Tonetto, responsável pela defesa de Afonso Amaro do Amaral Portella, e não obteve retorno até esta publicação. O espaço segue aberto para manifestação.