A Polícia Civil investiga uma denúncia de abuso sexual durante uma viagem por aplicativo na zona leste de Porto Alegre. O caso teria ocorrido no domingo (14), nos arredores da Avenida Oscar Pereira, no bairro Azenha.
De acordo com o relato da vítima, o motorista a teria estuprado após estacionar o carro em uma rua sem movimentação, no domingo de manhã, e utilizar drogas ao lado da passageira.
Conforme a delegada Fernanda Campos, da Delegacia da Mulher, ainda são aguardados os resultados dos exames de perícia feitos pela vítima no domingo, quando o boletim de ocorrência foi registrado. A polícia está em contato com a defesa e com a família do suspeito — eles dizem que o homem não está em condições de ser ouvido no momento por problemas pessoais.
O nome do suspeito não foi divulgado pela polícia. Nas redes sociais, contudo, o caso viralizou depois que uma amiga da vítima compartilhou a história, o perfil do motorista e o boletim de ocorrência. Também nas redes, o suspeito negou o crime. Ele ainda registrou boletim de ocorrência por difamação e calúnia. As postagens foram apagadas.
A mulher, de 27 anos, que não quer ser identificada, relatou ter chamado a corrida pelo aplicativo 99 para ir embora do trabalho pela manhã e que, em dado momento, teria percebido que o motorista havia mudado o trajeto da corrida. Quando questionado, ele teria dito que a rota estava correta.A mulher teria tentado abrir as portas do carro, mas estavam trancadas.
Ainda segundo o relato, o homem teria encostado o carro e pulado para o banco de trás. Nesse momento, teria usado drogas e começado a estuprar a passageira. Após cerca de três horas, a mulher teria saído do carro quando o homem disse que precisava buscar gasolina. Ela procurou as autoridades no mesmo dia, fez exames de corpo delito, testes de DNA e está fazendo tratamento profilático para HIV.
O inquérito está sob sigilo e ainda não tem prazo para ser concluído. Conforme a Polícia Civil, o suspeito não tem antecedentes criminais.
Em nota, a 99 alegou que o perfil do motorista foi bloqueado de forma preventiva após o registro da ocorrência na Central de Segurança do aplicativo. A empresa também afirma que está disponível para colaborar com a apuração do caso.
Posicionamento da 99
"A 99 lamenta profundamente a denúncia. A empresa tem uma política de tolerância zero aos casos de assédio e violência sexual e trabalha incansavelmente para identificá-los e coibí-los. Assim que o episódio foi registrado na Central de Segurança do app, o perfil do motorista foi preventivamente bloqueado. A empresa está disponível para colaborar com as autoridades na apuração do caso. Além disso, uma equipe especializada da empresa realizou contato com a passageira para oferecer o acolhimento e suporte, incluindo informações sobre o acionamento do seguro, com auxílio para despesas médicas e apoio psicológico."